segunda-feira, 5 de maio de 2008

Grau de investimento abre espaço para ação de 2ª linha

por VALOR ONLINE
05/05/2008

A "segunda linha" vem aí. Com a perspectiva de risco menor para aplicações no país - agora chancelado como investimento seguro - e a chegada de dinheiro novo, o investidor tende a procurar por opções diferentes, além do ramerrame de Petrobras e Vale, que deram ganho certo nos últimos meses e sustentaram a valorização recente do principal índice de ações da bolsa de valores.
Enquanto refazem suas planilhas para o futuro, os analistas apostam que o grau de investimento fará mais diferença para os papéis de menor liquidez - mesmo porque empresas como Vale e Petrobras já haviam sido promovidas antes mesmo que o país e se beneficiavam dos menores custos de captação.
O jogo agora é identificar as pérolas escondidas em meio ao aperto de liquidez mundial. Se não dá para afirmar que todas as ações de segunda linha estão subavaliadas, sabe-se que há muitas empresas de qualidade que valem mais do que o mercado vinha pagando por elas.
"Há papéis de segunda linha com descontos de até 50%, muitas oportunidades. Isso não quer dizer que elas vão dar dinheiro agora. Mas é uma boa chance de comprar", afirma Luis Stuhlberger, gestor da Credit Suisse-Hedging-Griffo.
Pegue-se como exemplo as novatas que estrearam na bolsa no ano passado. Um levantamento do Valor Data mostra que, das 54 ofertas com valor inferior a R$ 1 bilhão, os papéis de 44 empresas estavam abaixo do preço da emissão no dia anterior ao grau de investimento.
Construção, varejo e, claro, o setor financeiro estão na berlinda. Toda vez que ocorre alguma alteração no risco do país, os bancos são sempre os primeiros a reagir, comenta Fabio Anderaos, da Itaú Corretora, que faz parte da Carteira Valor. O custo financeiro pesa bastante para os bancos, que passavam por um momento ruim em termos de captações no exterior, lembra Vladimir do Nascimento Pinto, estrategista do Unibanco.
Não por acaso, o destaque na Carteira Valor de maio é setor bancário. São dez as indicações entre as 50 possíveis, numa crença de que os bancos serão os primeiros a refletir as benesses da promoção a grau de investimento em seus papéis.

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