quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ibovespa dispara 3,04% e fecha perto de nível recorde

por Claudia Violante da Agência Estado
28.05.2008 17h35


A alta do petróleo e os rumores de que a agência de classificação de risco Fitch Ratings deve elevar a nota brasileira em breve - além do grau de investimento concedido pela agência canadense DBRS - fizeram com que a Bovespa tivesse a maior alta porcentual desde 30 de abril e voltasse a se aproximar de seu nível recorde. Naquele dia, o Brasil conquistou seu primeiro grau de investimento por uma das três mais importantes agências do mundo, a Standard & Poor's (a Fitch e a Moody's são as outras duas).
O Ibovespa, principal índice, subiu hoje quase 2,2 mil pontos, motivado por uma compra generalizada de papéis, predominantemente por investidores domésticos. Apenas três ações do índice caíram. A alta foi de 3,04%, para 73.153,2 pontos. Com mais 0,5% de elevação, o índice registrará novo recorde, superando os 73.516,8 pontos do último dia 20. O Ibovespa oscilou hoje entre a mínima de 70.734 pontos (-0,36%) e a máxima de 73.180 pontos (+3,08%). O resultado deste pregão elevou os ganhos acumulados em maio para 7,79% e os do ano, a 14,51%. O volume financeiro totalizou R$ 7,459 bilhões.
Nos Estados Unidos, as bolsas conseguiram devolver no final as perdas (causadas pelo petróleo) registradas em boa parte do dia e subiram. O Dow Jones avançou 0,36%, o S&P teve ganho de 0,40% e o Nasdaq valorizou-se em 0,22%. O dado de encomendas de bens duráveis de abril melhor do que o previsto ajudou as altas. As encomendas recuaram 0,5% em abril, ante previsão de baixa de 2%.
O petróleo abriu em queda, mas o ajuste durou pouco e ainda durante a manhã os preços inverteram. Os temores com a redução na oferta pressionaram as cotações. Em Nova York, o petróleo avançou 1,69%, para US$ 131,03 por barril.
As ações da Petrobras acompanharam o movimento do petróleo e também passaram a subir, mostrando um repique no final da sessão, depois que S&P elevou a nota da estatal. A agência de classificação de risco removeu de observação os ratings de crédito corporativo de longo prazo da Petrobras e elevou a classificação de "BBB-" para "BBB". A perspectiva é estável. Petrobras ON e PN tiveram a mesma variação no fechamento, de +2,18%.
Além da Petrobras, as compras hoje foram generalizadas pelo mercado acionário por causa dos boatos de que a Fitch daria o grau de investimento ao Brasil. Os rumores voltaram hoje, segundo uma fonte, por causa do resultado do setor público: o superávit primário em abril foi de R$ 18,712 bilhões. No acumulado do ano, o resultado atingiu R$ 61,743 bilhões, o equivalente a 6,82% do PIB, desempenho bem acima da meta de 3,8% fixada para todo o ano. No meio da tarde, a Fitch afirmou que ainda está avaliando a situação do Brasil.
Neste quadro benigno, as ações da Vale conseguiram driblar a queda das commodities metálicas e subir. Vale PNA ganhou 2,03% e Vale ON avançou 2,22%. O destaque de alta do dia, no entanto, foi da Cesp. Os papéis dispararam 9,60% com a notícia de que a companhia entrou nas negociações para a venda do banco paulista Nossa Caixa ao Banco do Brasil.

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