quarta-feira, 28 de maio de 2008

Juro futuro cai com rumor de grau de investimento

por Denise Abarca da Agência Estado
28.05.2008 16h27

As taxas de juros futuros terminaram o dia em baixa, influenciadas pela alta da Bolsa de Valores de São Paulo e queda do dólar ante o real. O comportamento teve por base a elevação da nota (rating) do Brasil pela agência de classificação de risco canadense DBRS para grau de investimento, que reforçou a perspectiva de que o País deverá receber em breve o mesmo status pela inglesa Fitch Ratings, uma das três mais importantes do mundo. Entretanto, no meio da tarde a diretora-sênior da Fitch Ratings, Shelly Shetty, afirmou que a agência ainda está em processo de avaliação do rating brasileiro.
O desempenho das contas públicas é um dos fatores que tem grande peso na avaliação da agência, que já declarou que um aumento da meta do superávit primário, hoje em 3,8% do PIB, teria papel significativo para a melhora da nota. Pela manhã, o Banco Central anunciou que a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB atingiu 41% em abril e o superávit primário no mês passado ficou em R$ 18,712 bilhões. No acumulado do ano até abril, o superávit alcança 6,82% do PIB e, em 12 meses, está em 4,23%.
O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010, o mais negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros, encerrou o dia projetando taxa de 13,44% ao ano, contra 13,52% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2009, também bastante negociado, ficou em 13,14%, ante 13,22%.
A volta do tema "classificação de risco" ao noticiário estimulou os investidores a voltar a aplicar em juros. Mas, ao menos enquanto não vier o almejado grau de investimento pela Fitch, a queda nas taxas futuras tende a ter vida curta, já que o cenário inflacionário não dá trégua.
Pela manhã, os dados de inflação conhecidos não foram considerados positivos. O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), por exemplo, foi de 1,08% na terceira quadrissemana de maio, acima do teto das previsões de analistas.

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