terça-feira, 6 de maio de 2008

DOW JONES...após 05/05...recuperação no final do pregão sugere fim da correção...


DJI abriu em ligeira queda nos 13.056 pontos, mas contaminado pelo mau humor dos mercados futuros, perdeu o suporte nos 13.047 pontos e na primeira hora de pregão já havia perdido também o suporte nos 13.000 pontos. Na segunda metade do pregão oscilou entre a mínima de 12.940 e a máxima próxima aos 13 mil pontos, finalizando em 12.970 pontos (-0,68%). DJI tenta se manter no patamar de negociações dos 13 mil pontos. Para isso deverá respeitar o suporte em 12.900 pontos. Resistências imediatas em 13.003(fibo de 62%) e 13.060(fibo de 78%) pontos. Suportes imediatos em 12.940, 12.900 e 12.800 pontos. No gráfico de maior frequência (30 minutos), os principais indicadores sinalizam a retomada da tendência de alta.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Bolsa bate 3º recorde seguido após grau de investimento

por Claudia Violante da Agência Estado
05.05.2008 17h32

Quem imaginou que a disparada de 8,7% nos dois últimos pregões da semana passada serviria de justificativa para a Bovespa passar por uma realização de lucros se enganou. Ela até ocorreu durante o pregão, nas ações de segunda linha e com a realocação de carteiras pelos gestores, mas foi um evento muito pequeno e que não impediu a Bolsa doméstica de registrar seu terceiro recorde consecutivo e encerrar o pregão pela primeira vez na história no nível de 70 mil pontos.
O Ibovespa, principal índice, subiu 1,17% e fechou em 70.174,9 pontos, acumulando em maio ganho de 3,40% e, no ano, de 9,84%. Após o grau de investimento, conquistado na quarta-feira, subiu 9,95%. Hoje, o índice oscilou entre a mínima de 69.366 pontos (estabilidade) à máxima de 70.435 pontos (+1,54%). O volume financeiro também foi alto, de R$ 7,068 bilhões. Em abril, a média diária foi de R$ 6,233 bilhões.
Nem mesmo a queda das bolsas americanas impediu a Bovespa de seguir a alta trilhada após a elevação de classificação de risco do Brasil pela agência Standard & Poor's. A baixa nos Estados Unidos, justificaram os operadores, decorreu basicamente da queda dos papéis do Yahoo!, após a Microsoft retirar sua oferta de compra pela empresa. A disparada do petróleo, que bateu mais um recorde, também pesou sobre as ações, mas o índice ISM do setor de serviços serviu de contraponto positivo ao subir mais do que era previsto e situar-se na faixa de 50, o que significa expansão do setor (em abril, o índice sobre a atividade no setor de serviços subiu para 52,0, de 49,6 em março - a expectativa era 49,8).
O petróleo, ao longo da sessão, bateu em US$ 120,21 por barril, mas saiu das máximas e fechou no recorde em US$ 119,97, com elevação de 3,14%. A alta foi puxada pela demanda, por novas notícias de problemas com a oferta na Nigéria, maior exportador do produto da África, e planos de greve num porto francês.
No Brasil, a alta do petróleo favoreceu as ações da Petrobras. As ordinárias (ON) subiram 2,5% e as preferenciais (PN), 1,98%. Os papéis da Vale, segunda empresa mais importante da Bovespa, também subiram. Hoje, a empresa anunciou um contrato para comprar os direitos minerários e de superfície pertencentes à Mineração Apolo nas cidades de Rio Acima e Caeté (MG). Vale PNA ganhou 1,68% e Vale ON avançou 1,83%.
Na avaliação do gestor-gerente da Infinity Asset, George Sanders , “o Brasil virou o centro das atenções”, e muita gente que não pegou a alta ainda vai aproveitar esse bonde. Desta forma, uma realização de lucros significativa precisaria de um argumento muito forte que, segundo ele, pode ser dado pelo governo brasileiro caso ele venha mesmo a adotar medidas para desestimular a entrada de capital especulativo. O governo, por meio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, negou hoje a possibilidade. Segundo ele, há muita especulação sobre o assunto. “É preciso primeiro esperar o ingresso de recursos acontecer”.
Dessa forma, a realização que ocorreu hoje foi setorizada, com os investidores realocando suas carteiras, trocando de papéis. Os bancos, nessa mudança, foram prejudicados e fecharam em baixa. As ações voltadas ao mercado doméstico, como construção e consumo, foram destaques.

Blue chips não serão as empresas mais beneficiadas pelo grau de investimento

Fator Corretora explica por que as estrelas do Ibovespa (Vale, Petrobras e siderúrgicas) subiram menos que a média com decisão da S&P

por João Sandrini de EXAME
05.05.2008 17h43

Empresas como Vale, Petrobras, CSN, Usiminas e Gerdau se acostumaram a puxar as valorizações do Ibovespa nos últimos meses. Além de lucros extraordinários, essas empresas tiraram proveito de uma conjuntura de mercado favorável. Investidores do mundo todo têm apostado alto em empresas ligadas ao setor de matérias-primas devido à forte demanda da China, aos gargalos que impedem o rápido aumento da produção de commodities e também ao aumento da aversão ao risco observado desde o início da crise do subprime. Além disso, os sucessivos cortes de juros determinados pelo Federal Reserve nos Estados Unidos ajudaram a desvalorizar o dólar e a inflar o preço das matérias-primas – que têm seus preços de referência atrelados à moeda americana. Desde a semana passada, quando o Brasil conquistou o grau de investimento da agência Standard & Poor’s, entretanto, as blue chips subiram, mas ficaram para trás em comparação a outros papéis da Bovespa. Seria então o momento de garimpar oportunidades entre as empresas de médio e pequeno porte?
Para a Fator Corretora, a resposta é sim. A coordenadora de análises da instituição, Lika Takahashi, acredita que o mercado vai se comportar nos próximos meses de forma oposta à verificada desde o ano passado. “Ações de empresas ligadas ao mercado doméstico devem ter resultados melhores que as produtoras de matérias-primas”, escreveu Lika no relatório “Brasil, Grau de Investimento – A Hora das Ações de Segunda Linha”, divulgado nesta segunda-feira. Ela lembra que blue chips como Vale, Petrobras, Usiminas, Aracruz e VCP já possuíam o grau de investimento antes de o país ser agraciado com o selo de bom pagador. Além disso, essas empresas deverão ser prejudicadas pela provável queda da cotação do dólar gerada pela maior atração de recursos para o país após a decisão da S&P.
Para a maioria dos analistas de mercado, o grau de investimento vai beneficiar principalmente as ações de empresas que terão custos menores de captação de recursos e poderão elevar suas vendas com a expectativa de juros mais baixos no longo prazo. Esse é o caso de bancos, empresas de bens de consumo e varejistas. Também saem ganhando companhias bastante endividadas ou com planos de investimento ambiciosos, como construtoras e geradoras de energia – todas terão custos mais baixos para implementar seus projetos. Como essas são empresas com menor peso no Ibovespa, a Fator Corretora decidiu manter sua projeção de 75 mil pontos para índice ao final deste ano.
Não há consenso, entretanto, se as empresas ligadas a commodities também não continuarão a registrar fortes valorizações nos próximos meses. Lika Takahashi, da Fator, acredita que já há um certo exagero nos atuais preços das commodities apesar da demanda ainda ser alta. Há incertezas sobre a continuidade da queda do dólar e o Fed já sinalizou uma pausa no movimento de queda dos juros em sua próxima reunião. Há duas semanas, porém, o estrategista global de mercado emergentes da Merrill Lynch, Michael Hartnett, afirmou que o rali das commodities só deve acabar quando os principais bancos centrais mundiais agirem para conter os preços das matérias-primas. E, ao menos até agora, o Fed não deu nenhum sinal de que voltará a elevar os juros – até porque a economia dos EUA continua sob o risco de recessão.
Tanto é verdade que o rali das commodities não pode ser dado como encerrado que Vale e Petrobras ainda são as ações indicadas pela maioria das corretoras para o mês de maio - inclusive estão na lista de preferidas da Fator. A Vale obteve reajustes de até 71% para o minério de ferro e de até 86% para as pelotas, altas que deverão beneficiar o balanço da empresa a partir deste segundo trimestre. Já a Petrobras elevou o preço da gasolina em 10% e o do diesel em 15% na semana passada, agradando um mercado que já começava a duvidar que houvesse um reajuste tão próximo às eleições municipais. Da mesma forma, siderúrgicas e fabricantes de celulose também conseguiram elevar os preços em mais de 10% nas últimas semanas. As ações ligadas ao consumo interno terão, então, que registrar fortes valorizações para superar as fabricantes de commodities.

Grau de investimento abre espaço para ação de 2ª linha

por VALOR ONLINE
05/05/2008

A "segunda linha" vem aí. Com a perspectiva de risco menor para aplicações no país - agora chancelado como investimento seguro - e a chegada de dinheiro novo, o investidor tende a procurar por opções diferentes, além do ramerrame de Petrobras e Vale, que deram ganho certo nos últimos meses e sustentaram a valorização recente do principal índice de ações da bolsa de valores.
Enquanto refazem suas planilhas para o futuro, os analistas apostam que o grau de investimento fará mais diferença para os papéis de menor liquidez - mesmo porque empresas como Vale e Petrobras já haviam sido promovidas antes mesmo que o país e se beneficiavam dos menores custos de captação.
O jogo agora é identificar as pérolas escondidas em meio ao aperto de liquidez mundial. Se não dá para afirmar que todas as ações de segunda linha estão subavaliadas, sabe-se que há muitas empresas de qualidade que valem mais do que o mercado vinha pagando por elas.
"Há papéis de segunda linha com descontos de até 50%, muitas oportunidades. Isso não quer dizer que elas vão dar dinheiro agora. Mas é uma boa chance de comprar", afirma Luis Stuhlberger, gestor da Credit Suisse-Hedging-Griffo.
Pegue-se como exemplo as novatas que estrearam na bolsa no ano passado. Um levantamento do Valor Data mostra que, das 54 ofertas com valor inferior a R$ 1 bilhão, os papéis de 44 empresas estavam abaixo do preço da emissão no dia anterior ao grau de investimento.
Construção, varejo e, claro, o setor financeiro estão na berlinda. Toda vez que ocorre alguma alteração no risco do país, os bancos são sempre os primeiros a reagir, comenta Fabio Anderaos, da Itaú Corretora, que faz parte da Carteira Valor. O custo financeiro pesa bastante para os bancos, que passavam por um momento ruim em termos de captações no exterior, lembra Vladimir do Nascimento Pinto, estrategista do Unibanco.
Não por acaso, o destaque na Carteira Valor de maio é setor bancário. São dez as indicações entre as 50 possíveis, numa crença de que os bancos serão os primeiros a refletir as benesses da promoção a grau de investimento em seus papéis.

Analistas começam a rever as projeções do Índice Bovespa

por Ana Paula Ragazzi, Angelo Pavini e Silvia Fregoni, de VALOR ONLINE
05/05/2008

Um dia depois do grau de investimento obtido pelo Brasil, algumas corretoras reavaliaram, imediatamente, as projeções para o Ibovespa ao final de 2008. Ativa e Win, home broker da Alpes Corretora, elevaram as estimativas para acima dos 80 mil pontos, alinhando-se com a projeção de outras casas que já esperavam pela mudança da nota e pelo alcance dessa pontuação.
Monica Araújo, chefe da área de estratégia da Ativa Corretora, explica que a perspectiva de que as empresas brasileiras terão maior acesso a crédito, com custos de captação reduzidos, resultou na mudança. Por conta disso, a casa reviu uma importante premissa utilizada no "valuation" (método de avaliação de empresa), que é o risco-país mais baixo, "spread" (diferença) entre os títulos da dívida brasileira sobre a curva de rentabilidade dos títulos americanos. "Em nossa revisão, trabalhamos agora com um risco-Brasil de 140 pontos base, ante 190 pontos base dos cálculos anteriores", diz. "Em função, disso, elevamos a projeção para o Ibovespa em quase 5%, de 77.500 pontos para 81.200", informa.
A analista destaca que o mercado acionário brasileiro já vinha embutindo no preço de seus ativos a possibilidade de atingir o grau de investimento. "Algumas empresas, inclusive, já tinham a nota", lembra. "Por isso, não necessariamente iremos observar imediatamente um aumento significativo do volume de recursos entrando na renda variável", diz Monica.
Antes de a nota chegar ao país, muitos analistas não descartavam a possibilidade de que a bolsa brasileira apresentasse oscilação pequena logo após o anúncio, o que não se confirmou. Em apenas dois pregões, o Ibovespa avançou 5.541 pontos, ou 8,68%, atingindo nova marca histórica, de 69.366. "Tudo que é surpresa tem de ter impacto", resume Pedro Bastos, principal executivo da HSBC Investments. Ele lembra que, diante da crise financeira internacional, a maior parte dos analistas contava com o grau de investimento apenas para 2009. "Ninguém esperava a notícia para aquela quarta-feira, mas ela veio e, agora, o Brasil passará por uma reavaliação dos preços de seus ativos", diz Bastos, ressaltando que a primeira reação dos investidores foi a cobertura de posições vendidas (em que apostam na queda das cotações).
De acordo com Bastos, o HSBC colocou em revisão os cálculos para o Ibovespa, hoje projetado em 80 mil pontos para o fim deste ano. "Antes da nota, tínhamos essa projeção, mas já estávamos atentos sobre a possibilidade de realmente chegar lá", diz. "Agora, certamente, revisaremos a projeção, apontando para uma alta ainda maior."
Monica, da Ativa, observa também que alguns dos países que conseguiram essa melhoria da nota de risco apresentaram realização nos mercados acionários logo depois, dado que parte dos investidores antecipa a melhoria dos indicadores econômicos. "Acreditamos que, em função de uma melhoria no cenário externo, o Brasil possa se distanciar dessa estatística e manter trajetória positiva", afirma.
Algumas casas também enxergaram no selo de investimento seguro um novo alento para a bolsa, depois de terem adotado metas menos otimistas diante dos estragos provocados no mercado pela situação do crédito nos EUA. Segundo Fausto Gouveia, analista da Win, a estimativa para o Ibovespa voltará aos 85 mil pontos projetados no início deste ano. "Com a crise no mercado de crédito americano, havíamos reduzido esta estimativa inicial para 75 mil, mas, com a recente entrada do Brasil no grupo de países de baixo risco de inadimplência, a meta volta a crescer 10 mil pontos."
Luiz Henrique Carneiro, sócio da Paraty Investimentos, não faz projeções em pontos para o Ibovespa, mas avalia que o índice tem, nos próximos meses, um potencial de alta na casa dos 20%. "Antes do grau de investimento, identificávamos a falta de um catalisador para que o índice tentasse buscar os 70 mil pontos", diz. "Agora, avaliamos que, até o fim do ano, o índice deverá romper os 85 mil pontos", diz.
O analista Pedro Galdi, da corretora do Banco Real, diz que a instituição não deve alterar de imediato o valor juros do Ibovespa, que é de 81.071 pontos. Segundo ele, a estimativa já leva em conta um risco-Brasil no nível de país grau de investimento. Mas ele acredita que as projeções poderão ser alteradas depois, caso haja uma variação muito forte do câmbio em função de um fluxo maior de investimento estrangeiro ao país devido à nova classificação. "Toda vez que há uma mudança grande no dólar, é preciso ajustar as projeções", diz.
As estimativas, tanto para o Ibovespa quanto para as empresas, também poderão ser revisadas mais para frente, a fim de incorporar possível diminuição no custo de captação das companhias. A expectativa é de que as taxas médias pedidas pelos investidores caiam com a mudança do status soberano. "Tanto governo como empresas terão taxas mais atrativas para alavancagem", afirma Galdi.
Entre os que mantiveram estimativas, Fabio Anderaos de Araujo, da Itaú Corretora, afirma que por ora, a projeção fica em 83.200 pontos. Também o Unibanco, que calcula o principal índice da bolsa em 78 mil pontos em dezembro, e a Fator, que aponta 75 mil, não manifestaram intenção de promover revisão dos números agora.
Bastos, do HSBC, ressalta que a análise positiva tem fundamento e o grau de investimento torna possível o ingresso de novos recursos no país, porém, essa entrada não será automática. "O Brasil precisa continuar mostrando bons indicadores para atrair esses investidores", diz. "Mudamos de patamar, o que equivale a dizer que antes muitos investidores nem queriam ouvir informações sobre o Brasil, mas agora estarão dispostos a conhecer o país", diz.

Mesmo se o pior da crise tiver passado, retomada dos EUA pode demorar

by Greg Ip in The Wall Street Journal
por VALOR ONLINE
05/05/2008


O pior da crise financeira pode ter passado, mas as dores econômicas dos Estados Unidos ainda podem estar em seu começo.
O mercado financeiro tem subido desde o início de março. As bolsas subiram, enquanto o rendimento de títulos de dívida de alto risco emitidos por empresas e daqueles lastreados por hipotecas caiu em relação aos seguros títulos do Tesouro americano. O otimismo ganhou força na sexta com um relatório do governo que indicou queda do desemprego em abril.
Mas a história sugere que ainda é cedo para celebrar. É comum numa crise que os mercados se recuperem bem antes da economia. Isso porque os mercados olham para o futuro e porque as fraquezas econômicas são a maneira como os desequilíbrios por trás da crise se corrigem.
"A crise financeira costuma ser uma expressão de problemas mais amplos na economia", diz o economista da Universidade Harvard Kenneth Rogoff, que, junto com Carmen Reinhart, da Universidade de Maryland, escreveu recentemente uma história das crises financeiras que remonta ao século XIV. "É um mecanismo que exacerba e aprofunda a recessão, mas raramente é seu detonador."
A queda da economia causada por uma crise depende muito do nível de discrepância de fatores econômicos subjacentes (como consumo, investimento e valor de ativos) em relação a suas determinantes fundamentais. O crash das bolsas em 1987 e o quase colapso do fundo de hedge Long Term Capital Management em 1998 ameaçaram o coração do sistema financeiro. Mas os desequilíbrios subjacentes ficaram quase restritos ao próprio mercado financeiro: ações altas demais em relação aos lucros em 1987 e excesso de empréstimos tomados por fundos de hedge em 1998. Assim, uma vez que as ações de resgate do Federal Reserve, o banco central dos EUA, mitigaram a ameaça ao sistema financeiro, o estrago econômico ficou limitado.
A crise agora é diferente. Durante vários anos os preços e a construção de residências nos EUA subiram para níveis além dos considerados sustentáveis. Residências tornaram-se garantia de trilhões de dólares em empréstimos. Isso deprimiu a poupança, inflacionou o consumo e alimentou a concessão descuidada de crédito.
Quando os preços de residências parou de subir, os créditos imobiliários mais arriscados começaram a entrar em inadimplência, o que originou a crise. Mas mesmo agora os preços ainda estão acima da maioria das estimativas do que seja sustentável, e a poupança doméstica mal começou a subir. Mesmo se o resgate do banco Bear Stearns em março acabar se provando o ápice da crise, como alguns pensam, a economia americana ainda pode se contrair enquanto consumidores se ajustam à perda de poder aquisitivo e à redução do acesso a crédito.
Os EUA podem ver a Coréia do Sul como exemplo. A crise financeira coreana chegou ao auge em 24 de dezembro de 1997, quando a moeda local, o won, atingiu o nível mais baixo em cinco anos em relação ao dólar. O Fundo Monetário Internacional e o Tesouro dos EUA orquestraram um resgate e convenceram bancos estrangeiros a renegociar seus empréstimos ao país. No ano que se seguiu, o won subiu 63%. Mas a economia afundou na recessão. Em 13 meses a taxa de desemprego subiu de 3% para 7,9%. A economia encolheu 6% em 1998, um choque enorme para um país acostumado a crescer 8%.
A princípio, a Coréia parecia ser um espectador inocente atingido por um desastre que assolou a Ásia. Na verdade, a economia havia se beneficiado por anos pelo excesso de investimento de seus "chaebols", os conglomerados industriais. Eles financiaram grandes investimentos de capital com alto volume de dinheiro emprestado de bancos em condições preferenciais, diz Kihwan Kim, à época um importante funcionário do governo na gestão da crise e hoje assessor do Goldman Sachs. Os bancos por sua vez tomavam dólares emprestado no exterior.
Mas, no começo de 1997, vários chaebols, que vinham perdendo competitividade, começaram a ter dificuldades. Quando os bancos coreanos perderam a capacidade de captar no exterior, muitos quebraram. Os sobreviventes reduziram a concessão de empréstimos. Os chaebols cortaram investimento e demitiram milhares. Muitos entraram em concordata. Demissões e recessão foram um choque para os coreanos, "acostumados a alto crescimento e níveis bem baixos de desemprego", diz Kim.
Ted Truman, acadêmico do Instituto Peterson para Economia Internacional que trabalhou no resgate coreano como membro do Fed, diz que o excesso de crescimento e de financiamento do setor corporativo na Coréia antes da crise é análogo à expansão excessiva do mercado imobiliário e do consumo nos EUA antes da crise atual. Em ambos os casos, a quebra do setor afetado machucou severamente o sistema financeiro. A recuperação da Coréia foi liderada por exportações, que estão agora sendo o alívio dos EUA.
A recuperação da Coréia começou em 1999. Kim diz que o investimento de capital nunca se recuperou totalmente e que o crescimento econômico, embora a saudáveis 4% a 5%, jamais retornou ao ritmo pré-crise. O desemprego é ilusoriamente baixo, diz ele, por causa do desemprego que não entra nas estatísticas, como estudantes que não conseguem arrumar emprego enquanto estão na escola. A lição da Coréia para os EUA, diz Kim, é que "desequilíbrios precisam ser corrigidos". Uma recuperação não requer uma resolução completa dos desequilíbrios, diz, apenas um "sinal convincente de que a mudança está acontecendo".
O risco para os EUA é que a fraqueza vá além da correção do excesso imobiliário e comece a voltar para o sistema financeiro e assim, mais uma vez, afetar a economia. Os coreanos não tomavam muito dinheiro emprestado para o consumo, de modo que a alta do desemprego e o estresse bancário não alimentaram um ao outro.
O presidente do Fed, Ben Bernanke, está ciente desses riscos, e por isso cortou os juros na semana passada e continua de olho na possibilidade de a economia americana se deteriorar ainda mais.

sábado, 3 de maio de 2008

Bolsa fecha em baixa de 2,62%, maior queda desde 29/4

por Claudia Violante da Agência Estado
03.06.2008 17h30


A Bolsa de Valores de São Paulo sofreu forte queda hoje, a maior desde 29 de abril, véspera da conquista do primeiro grau de investimento pelo Brasil de uma das três grandes agências, a Standard & Poor's. As declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sobre o dólar levaram os investidores a se desfazer de contratos futuros de produtos básicos (commodities).
Não bastasse este efeito sobre as ações domésticas, principalmente Vale e Petrobras, os investidores estrangeiros atuaram firme na ponta vendedora, espalhando a realização de lucros por todos os segmentos. As bolsas norte-americanas, que deram algum suporte até o início da tarde, inverteram o rumo e também contribuíram para a queda da Bovespa.
O Ibovespa, principal índice, encerrou a sessão em queda de 2,62%, aos 70.012 pontos. Oscilou entre a mínima de 69.602 pontos (-3,19%) e a máxima de 72.019 pontos (+0,17%). Na soma das duas sessões deste mês, a Bovespa amarga perdas de 3,55%. No ano, no entanto, ainda há ganhos acumulados, de 9,59%. O volume financeiro negociado totalizou R$ 6,569 bilhões.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones fechou em baixa de 0,81%, aos 12.402,8 pontos, o S&P recuou 0,58% e o Nasdaq teve retração de 0,44%. Os bancos e financeiras pressionaram negativamente as bolsas lá, com destaque para as perdas das ações do Lehman Brothers. Segundo o Wall Street Journal de hoje, o banco está prestes a divulgar sua primeira perda trimestral desde que abriu capital e tentará fazer uma captação de recursos que poderá ficar em torno de US$ 4 bilhões.
Ao longo da manhã, os investidores em Nova York haviam conseguido se equilibrar no terreno positivo com a ajuda do dado de encomendas à indústria muito melhor do que as projeções e com o prejuízo abaixo do esperado pela construtora de casas luxuosas Toll Brothers no segundo trimestre fiscal.
A queda do petróleo e dos metais também foi um fator a aliviar as pressões negativas sobre as bolsas norte-americanas, embora tenha pesado sobre a Bovespa. As commodities foram afetadas hoje pelas declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, de que o BC americano vai centrar esforços para garantir que o dólar permaneça "forte e estável". O dólar subiu no exterior e puxou os preços do petróleo e de alguns contratos de metais para baixo. O barril do petróleo recuou 2,7%, para US$ 124,31.
As ações PN da Petrobras cederam 4,7% e as ON despencaram 5,05%. Vale PNA recuou 3,53% e Vale ON cedeu 3,57%. As duas empresas são as de maior peso no cálculo do Ibovespa.
Amanhã, o principal destaque da agenda doméstica é o resultado da reunião do Copom, embora os investidores já tenham embutido nos preços a elevação prevista da taxa básica de juros. E o resultado só virá após o fechamento do mercado. O que deve mexer mesmo nos ativos é a agenda carregada de indicadores nos Estados Unidos, em especial os dados de produtividade e mão-de-obra e mais um discurso de Bernanke.

VALE5...após 02/05...realizou, contrastando com a alta do IBOV


Vale5 abriu com força em 54,00 e influenciada pela alta de mais de 3% nos índices futuros, rapidamente atingiu a máxima em 54,50. Aguardando a abertura de DJI não conseguiu sustentar essa alta e refluiu até o patamar dos 53,00. Com a forte volatilidade de DJI, Vale sofreu forte e rápida realização, buscando sua mínima nos 51,80 (apesar de que isso só foi alcançado por uma única ordem de venda que a arrastou dos 52,50 até esse patamar). Rapidamente,porém se recuperou da forte "pancada", voltou aos patamares anteriores de negociação, chegando inclusive a ser negociada novamente acima dos 53,00. Finalizou nos 53,50 (-0,17%), contrastando com a alta do Ibovespa aos 2,23%. Vale operou na contramão dos principais indicadores, fechando em queda, ao absorver a realização ocorrida em suas ADR's negociadas na véspera, quando no Brasil os pregões estavam fechados. Os principais indicadores de tendência estão indefinidos, porém o CCI/MA cruzamento e o oscilador de momento sinalizam positivamente. O "candle" formado no gráfico diário é do tipo "martelo" que pode até sinalizar alguma realização, caso a resistência nos 54,00 não seja novamente rompida. Suportes em 52,80, 51,75 (fibo 38%)e 51,00 (muito forte). Resistências em 53,85, 54,50 e 55,00(muito forte).

PETR4...após 02/05...tendência de queda ainda continua...


PETR4 abriu com muita força em 44,20 (máxima no dia) repercutindo a valorização do dia anterior em sua ADR em Nova York (feriado no Brasil). Refluiu em seguida, por uma maior realização de DJI e do próprio Ibovespa. Na primeira hora de pregão já havia atingido a mínima intraday em 42,45. Aos poucos recuperou parte das perdas negociando nos 43,30. Aguardando por uma melhor definição do Ibovespa e de DJI, ficou "andando de lado" o restante do tempo até sofrer nova realização na última hora de pregão quando veio atingir o suporte nos 42,75. Finalizou próximo disso, nos 43,00 (alta de 1,9%). Os indicadores de tendência, no gráfico de "30 minutos", sinalizam a possibilidade de uma continuidade da realização, que poderá ser revertida na retomada das resistências em 43,30; 43,85 e 44,20. Suportes imediatos em 42,80; 42,50, 41,90(fibo38%) e 41,60.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

IBOV...após 02.05...tendência de alta continua...


Ainda embalado pelo recente "Investment Grade" do S&P, o IBOVESPA abriu em alta, nos 67.868 pontos, retrocedeu 3 pontos até a mínima do dia em 67.865 e daí, impulsionado pela força dos "índices futuros" evoluiu para romper a casa dos 70 mil pontos. Superado os 70 mil, atingiu nova máxima do dia nos 70.973 pontos. Em sintonia com a realização de DJI, retrocedeu primeiramente até os 70 mil, onde permaneceu praticamente "andando de lado" boa parte do restante do pregão, vindo posteriormente a buscar suporte em 69.010 pontos. A partir desse patamar recuperou parte das perdas, vindo a finalizar em 69.366 pontos (+2,23%). Os principais indicadores nos gráficos de "30 minutos" estão indefinidos, porém o oscilador de momentos já sinaliza uma pequena "divergênca positiva" para manter a tendência de alta. Suportes imediatos em 69.010, 68.200 (fibo 62%)e 67.900.Resistências agora em 70.020, 70.970, 72.180 e 74.140 pontos.

DOW JONES...após 02/05...tendência de alta se mantém...


DJI abriu em alta nos 13.012 pontos e "sintonizado" com o bom humor dos mercados futuros, rompeu a resistência em 13.047 pontos e veio buscar novo topo na máxima do dia em 13.132 pontos. A partir daí, refluiu primeiramente até o suporte nos 13.047 pontos e não suportando a pressão vendedora, realizou até buscar suporte na mínima do dia em 12.982 pontos. Na última hora de pregão iniciou movimento de recuperação, retomando a casa dos 13 mil pontos e finalizando em 13.058 pontos. DJI está tentando se manter em novo patamar de negociações, acima dos 13 mil pontos. Para tanto se espera que brevemente venha tentar romper as resistências em 13.132 e 13.280 pontos. Suportes imediatos em 13.047, 13.000, 12.980, 12.900 (forte) e 12.750 pontos (muito forte). No gráfico de maior frequência (30 minutos), os principais indicadores confirmam a tendência de alta.

NY: Dow Jones fecha na máxima do ano com 13.058 pontos

por Suzi Katzumata de Agência Estado
02.05.2008 18h45

O mercado de ações norte-americano oscilou com volatilidade aos indicadores melhores que esperados divulgados nesta sexta-feira e as novas medidas de liquidez anunciados pelos bancos centrais. No final do dia, o índice Dow Jones fechou no melhor nível do ano com 13.058,20 pontos e com um ganho acumulado de 1,29% na semana. No meio da tarde, pesou sobre os índices de ações o rebaixamento do rating da financeira Countrywide para "junk" pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Por outro lado, a intensificação das negociações entre a Microsoft e o Yahoo! ajudaram a dar suporte ao mercado.
O relatório do mercado de mão-de-obra de abril surpreendeu os investidores com uma contração de apenas 20 mil no número de vagas em abril, contra uma expectativa de queda de 85 mil, embora este tenha sido o quarto mês consecutivo de declínio. O indicador deu suporte as ações do setor industrial, como Alcoa (+4,00%). Contudo, a alta dos preços do petróleo pelo mesmo motivo pesou sobre as empresas do setor aéreo (Continental Airlines -2,39%) e de tecnologia.
Os últimos números indicam que os EUA podem evitar uma recessão e o mercado em alta pode voltar nas ações. "É muito cedo para dizer", disse Tony Dwyer, estrategista de ações do FTN Midwest. "Vai depender da melhora nos mercados de crédito. Até agora, os sinais têm sido bastante bons. Você tem spreads de dívida melhores; não estão no ponto que indicam um sinal de que a crise acabou, mas as coisas estão definitivamente melhorando", acrescentou.
Entre as empresas que divulgaram balanços nas últimas 24 horas, as ações da Sun Microsystems despencaram 23% e pesaram sobre o Nasdaq, depois da fabricante de software ter registrado um inesperado prejuízo no seu terceiro trimestre fiscal, dizendo que a fraqueza econômica nos EUA anulou o crescimento no exterior.
As ações da Microsoft caíram 0,54% e as do Yahoo! subiram 6,92% em reação a uma reportagem do New York Times dizendo que a primeira elevou sua oferta para a compra do portal de busca na internet em "vários dólares por ação", enquanto os dois lados tentam um último acordo amigável. Segundo fontes do mercado, a Microsoft estava considerando fazer uma oferta hostil pelo Yahoo! antes da reabertura das negociações.
O índice Dow Jones subiu 48,20 pontos (0,37%) e fechou com 13.058,20 pontos. O Nasdaq caiu 3,72 pontos (0,15%) e fechou com 2.476,99 pontos. O S&P-500 subiu 4,56 pontos (0,32%) e fechou com 1.413,90 pontos, enquanto o NYSE Composite subiu 56,13 pontos (0,60%) e fechou com 9.451,17 pontos. O volume negociado na NYSE alcançou 1,271 bilhão de ações, de 1,398 bilhão de ações ontem; 1.772 ações subiram, 1.344 caíram e 121 ficaram estáveis. No Nasdaq, o volume somou 2,277 bilhões de ações negociadas, de 2,343 bilhões de ações ontem; 1.265 ações subiram e 1.618 caíram.

Petrobras bate recorde mensal de exportação de petróleo

por Agência Estado

02.05.2008 20h36

A Petrobras atingiu o recorde de exportação de 532 mil barris por dia (bpd) de petróleo, totalizando 15 milhões e 965 mil barris no mês de abril de 2008. Esse recorde superou a marca anterior, que era de 484 mil bpd, ocorrida em novembro de 2006, segundo comunicado enviado hoje pela estatal. Os embarques resultaram em uma receita de US$ 1,72 bilhões - a companhia ressalta que os faturamentos das cargas ocorrerão ao longo de maio e junho.
Do volume total embarcado no mês passado, 223 mil bpd correspondem a Marlim, 170 mil bpd são de Albacora Leste, 73 mil bpd de Roncador Pesado, 34 mil bpd de Roncador e 33 mil bpd de Marlim (P-37). Os destinos foram as regiões do Golfo Americano, Costa Oeste dos Estados Unidos, Caribe, América do Sul, Europa e China.

Ibovespa fecha em alta de 2,21%, aos 69.366,4 pontos

por Claudia Violante da Agência Estado
02.05.2008 17h31

A concessão pela agência de classificação de risco S&P de grau de investimento seguro ao Brasil fez com que o Ibovespa, o principal índice de referência da Bolsa paulista, batesse um recorde de pontuação nesta sexta-feira. O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 2,21%, aos 69.366,4 pontos, superando o patamar de 67.868,5 pontos da última quarta-feira, quando foi anunciada a decisão da S&P. Na máxima do dia, o índice alcançou 70.973 pontos (+4,57%) -- um novo recorde intraday. Na mínima, a Bovespa situou-se em 67.865 pontos (-0,01%). Com o desempenho de hoje, a Bolsa acumulou na semana elevação de 6,41%. No ano, o Ibovespa já subiu 8,58%.
O volume financeiro surpreendeu nesta sexta-feira espremida entre o feriado do Dia do Trabalho e o final de semana. Por conta da elevação da nota brasileira, muitos investidores reforçaram as compras e o giro atingiu o recorde (considerados os dias sem qualquer tipo de vencimentos) R$ 11,088 bilhões (preliminar), quase o dobro da média diária negociada em 2008 (R$ 5,991 bilhões, segundo dados do site da Bovespa).
As ações mais negociadas na Bovespa, Vale do Rio Doce, e Petrobras impediram uma alta maior da Bovespa, visto que as ações da mineradora caíram e as da estatal do petróleo tiveram uma alta tímida, embora tenham sido beneficiadas pelo reajuste dos combustíveis na última quarta-feira.
O desempenho da Bovespa foi ancorado principalmente pelas ações de empresas voltadas ao mercado doméstico e também naquelas financeiramente alavancadas, uma vez que o grau de investimento permitirá que elas se financiem a taxas mais baratas. Os indicadores positivos divulgados nos Estados Unidos também serviram de incentivo, pelos dados em si e pelo reflexo nas bolsas.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

DJI...após 30/04...realização de lucros, na espera de novos indicadores...


DJI abriu nos 12.830 pontos e "sintonizado" com o otimismo dos mercados futuros, no aguardo de uma decisão favorável em corte de juros pelo FED, em menos de 2 horas de pregão veio buscar o intervalo dos 12925/12.950 pontos, onde por aí ficou até o anúncio as 15:30 horas.Anunciado o corte esperado de 0,25% nas taxas de juros, DJI iniciou um movimento rápido e ascendente rompendo o degrau dos 13 mil pontos e atingindo novo topo em 13.010 pontos. A partir dessa resistência, iniciou um processo de realização, com igual velocidade na última hora e meia de pregão, vindo a buscar a mínima intraday nos 12.809 pontos. Finalizou nos 12.820 pontos (ligeira queda de 0,09%. DJI está buscando um novo patamar de negociações, acima do intervalo anterior entre os 12.750 e 12.950 pontos. Mantendo-se acima dos 12.800 pontos tenderá a buscar um patamar acima dos 13 mil pontos, caso rompa também a resistência nos 13047 pontos. No gráfico de maior frequência (30 minutos), o IFR está indefinido, porém o estocástico e o CCI/Ma cruzamento sinalizam continuidade na tendência de queda. Importantes indicadores econômicos como pedidos de seguro desemprego, consumo e atividade industrial deverão balizar os mercados para confirmar ou não essa tendência. Resistências imediatas continuam em 12.870,12.910 e 13.010 pontos. Suportes imediatos em 12.800, 12.770, 12.750 e 12.690.

Grau de investimento fortalece mercado de capitais

Por Agência Estado 01.05.2008 08h11

A conquista do grau de investimento dará novo fôlego para o mercado de capital brasileiro. Com um ambiente mais estável, ratificado pela nota de grau de investimento concedida ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, o País entra na rota dos investimentos de fundos e aplicadores estrangeiros que antes tinham restrição para pôr dinheiro em ativos do Brasil.
O movimento significará uma ótima alternativa para as empresas se financiarem por meio do lançamento de ações ou outros papéis. "O investiment grade (como a classificação grau de Investimento é conhecida internacionalmente) vai trazer uma quantia de dinheiro que não é nada desprezível para o mercado interno. E isso tende a levar muitas companhias a fazer IPO (Oferta Inicial Pública de Ações)”, afirma o economista da Modal Asset Management, Alexandre Póvoa.
Segundo ele, não havia muita gente que esperava a melhora do rating (nota de crédito de risco) já neste primeiro semestre. Por isso, nem tudo foi antecipado. "Se fosse para quantificar, diria que dois terços dos investimentos já entraram no mercado interno nos últimos meses. Falta um terço", afirma o economista.
O economista do Santander, Maurício Molan, afirmou, porém, que o grau de investimento não garante que esse volume vai dobrar este ano. "Mas traz uma convicção maior de que sempre haverá recursos para financiar o mercado." Para o economista, parte do fluxo de investimentos por causa da melhora na classificação de risco foi antecipada nos últimos meses.

Fitch está revisando notas de crédito do Brasil

por Nalu Fernandes da Agência Estado
30.04.2008 19h31

A Fitch Ratings confirmou, em Nova York, que a equipe de rating soberano da agência de classificação de risco está "conduzindo uma revisão dos ratings (notas de risco de crédito) do País". De acordo com comunicado divulgado pela Fitch, "o rating soberano do Brasil está em revisão ativa".
Pelos critérios da Fitch, a classificação soberana do País é "BB+" com perspectiva estável, um nível abaixo do grau de investimento. No dia 14 deste mês, em evento em Manhattan, a diretora-sênior da Fitch Ratings, Shelly Shetty, havia afirmado que não esperaria que o Brasil viesse a crescer a taxas de 5% a 6% para conceder elevação da nota soberana. "Queremos ver o Brasil conduzir um crescimento não inflacionário", disse na ocasião.
Ainda no evento, Shetty afirmou que a Fitch não está tão preocupada com o déficit de conta corrente do Brasil. "O BC tem o luxo de vender reserva ou deixar a moeda se apreciar", ponderou no dia.
Outra importante agência de classificação de risco, a Standard & Poor's, elevou hoje a nota do Brasil para grau de investimento.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Bolsa sobe 6,33%, maior alta desde 2002, e bate recorde

por Claudia Violante da Agência Estado
30.04.2008 17h55

A elevação do Brasil ao grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s deu todos os argumentos de que o mercado acionário doméstico precisava para, finalmente, romper o recorde de 6 de dezembro passado e posicionar-se em outro patamar. E esse nível foi bem acima de qualquer projeção.
A Bovespa teve a maior alta porcentual desde 17 de outubro de 2002, de 6,33%. Fechou no recorde de pontos de 67.868,5 pontos, substituindo o recorde anterior, de dezembro, aos 66.790,8 pontos. Durante o pregão, também bateu recorde, ao renovar a pontuação máxima histórica, aos 68.038 pontos, quando subia 6,6% (a máxima anterior era de 7 de dezembro, 66.529 pontos). O volume disparou e totalizou R$ 9,708 bilhões.
O ganho acumulado no mês chegou a 11,32%, o mais elevado em 2007 e 2008, segundo os dados do site da Bovespa. Em 2008, a Bovespa acumula elevação de 6,23%.
A decisão da S&P acabou ofuscando a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para tomar sua decisão de política monetária. O Fed cumpriu o que esperava o mercado - cortou a taxa básica de juros americana em 0,25 ponto porcentual, para 2% ao ano, promoveu a mesma redução na taxa de redesconto (crédito emergencial, para 2,25% ao ano) e deu sinais de que o processo de afrouxamento monetário será interrompido. As bolsas reagiram imediatamente ao anúncio com relativa indiferença. Mas as bolsas americanas acabaram invertendo o rumo depois que os investidores fizeram a releitura do comunicado.
Assim, o Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 0,09%, aos 12.820,1 pontos. O S&P recuou 0,38% e o Nasdaq encerrou com queda de 0,55%. Antes da releitura, os balanços e indicadores divulgados hoje deram fôlego para uma alta firme. O mercado gostou dos números da consultoria ADP (criação de 10 mil vagas de trabalho no setor privado americano em abril, ante estimativa de -70 mil postos de trabalho) e do PIB (alta de 0,6% no primeiro trimestre, em linha com as estimativas) e balanços como da GM e Procter & Gamble. Mas tudo acabou ficando relegado a segundo plano após o encontro do Fed.
No Brasil, com o grau de investimento, a queda do petróleo (-1,88%, aos US$ 113,46 o barril) e dos metais não se refletiram nas ações da Vale e da Petrobras, que foram alvos preferenciais após elevação do rating. Após o fechamento do mercado, a Petrobras anunciou reajuste dos combustíveis, de 10% para a gasolina e 15% para o diesel, aumento que só repercutirá nas ações na sexta-feira, quando o mercado doméstico volta a trabalhar após o feriado do Dia do Trabalho. Petrobras PN subiu hoje 3,18%, Petrobras ON ganhou 1,73%, Vale PNA avançou 5,06% e Vale ON subiu 5,36%.

Brasil recebe grau de investimento da S&P

por André Lahóz de EXAME
30.04.2008 17h57
Selo de investimento seguro gera euforia na Bovespa, que fecha em alta de 6,33%

O Brasil entrou – afinal – para o clube dos países tidos como seguros para investir. A agência de classificação de risco Standard & Poor's, a S&P, elevou hoje a nota de risco de crédito do Brasil de “BB+” para “BBB-”, o que significa que o país já é “grau de investimento”. O mercado foi pego de surpresa, pois a expectativa é que o país conseguisse a nova classificação apenas no último trimestre deste ano. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 6,33% e atingiu um novo recorde de pontos (67.868).
A nova avaliação é importante por seu impacto potencial nos investimentos estrangeiros no Brasil. A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores na hora de decidir onde irão aplicar o dinheiro. As notas concedidas pelas agências indicam qual é o risco de calote para o aplicador. Até a nota “BB+”, que o país detinha a tarde desta quarta-feira, os países são considerados “grau especulativo”. São, portanto, mais arriscados. A partir de agora, segundo a S&P, o risco de aplicar no Brasil é baixo.
Por isso mesmo, a tendência é de aumento no fluxo de dinheiro no Brasil, seguindo o padrão de quase todos os países que também subiram de patamar. A principal razão para isso é que muitos fundos de pensão estrangeiros têm uma limitação estatutária para investir em países sem o “grau de investimento”. O Brasil entra agora no radar desse importante grupo – estima-se que os fundos de pensão detenham cerca de 25 trilhões de dólares para aplicar. Ninguém sabe quanto desse bolo o Brasil poderá atrair.
A nova nota coroa quase 15 anos de avanço macroeconômico. No comunicado divulgado pela S&P, a agência reconheceu em particular os esforços do Banco Central no combate à inflação. “Em contraste com pressões inflacionárias incontroladas em outros países com ratings mais baixos, o Banco Central do Brasil iniciou um ciclo de aperto em 16 de abril de 2008, para garantir que os benefícios duramente conquistados associados com a baixa inflação serão mantidos”, afirmou Lisa Schineller, diretora da S&P. Até mesmo o Federal Reserve, o banco central americano, tem sido criticado por não ser suficientemente firme no controle de preços. O Fed reduziu nesta quarta-feira sua taxa básica de juros de 2,25% ao ano para 2%, confirmando a expectativa de grande parte dos analistas de mercado.
Ela destacou, porém, que a política fiscal segue como uma fragilidade brasileira. O principal entrave para a obtenção do “grau de investimento” vinha sendo o patamar da dívida pública, em 41,2% do PIB, muito acima do patamar de 20% do PIB para a média dos ratings BBB da agência. Apesar disso, o fato é que a dívida pública já foi de 57%em 2002.
Novas melhorias da nota estão condicionadas a um avanço mais sólido no front fiscal. “Passos de política para reduzir o nível do, e a rigidez no, atual gasto do governo, ou ambos, devem fortalecer a posição fiscal do Brasil e facilitar um declínio maior na taxa de juro, com implicações positivas para o investimento e crescimento e um declínio mais rápido nos encargos da dívida do país”, disse Schineller. “A passagem das reformas tributária ou da previdência – que a S&P não espera dentro do horizonte de rating – seria um choque positivo para a confiança e contribuiria para fortalecer a qualidade de crédito."

IBOV...após 29/04...forte realização antecipando FED...



Contrastando com o pregão anterior, e "descolado" de DJI, o IBOVESPA abriu na máxima do dia nos 65.677 pontos e como já sinalizavam, com muita força os índices futuros, iniciou um movimento continuado de queda, típico de uma realização de lucros, perdendo os suportes em 65.630, 65.320, 64.880 e 64.600 pontos, conquistados nos dois pregões anteriores, vindo buscar suporte provisório nos 64.150 pontos. Na segunda metade do pregão, tentou esboçar reação, tentando retomar os 65.600 pontos, porém sucumbiu à forte queda dos índices futuros e foi arrastado até a mínima de 63.705 pontos (- 3,0%). Conseguiu finalizar próximo disso nos 63.825 pontos (queda de 2,88%). Os principais indicadores nos gráficos diários sinalizam a continuidade da queda, porém o gráfico de "30 minutos" já sinaliza região de "sobre-venda" no estocástico com alguma possibilidade de reverter essa tendência. O oscilador de momentos, porém continua sinalizando queda. Suportes imediatos em 63.600 (na LTA) e 62.900 (fibo 38%)pontos. Resistências agora em 64.170, 64.600, 64.840 e 65.200 pontos.