por Graziella Valenti de Valor Econômico
05/08/2008
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) engordou ontem a lista de companhias que anunciaram programas de recompras de ações. Só no mês de julho, um total de cinco programas foram abertos - bancos ABC Brasil, Pine, Paraná e Patagônia, além de Bradespar.
O aumento do uso desse mecanismo é resposta tradicional das empresas ao desempenho negativo da bolsa, que se acentuou fortemente nas últimas semanas. Agosto mal começou e o Índice Bovespa já acumula perda de 6,55%. No ano, a perda registrada pelo indicador é de 12,96%.
Metade dos programas lançados no mês passado, porém, pertence a bancos médios nacionais, que abriram capital recentemente e acumulam perda substancial desde a listagem na bolsa. Nenhuma das instituições têm perda inferior a 20% em 2008.
Sozinho, o programa da CSN significa a retirada de R$ 608 milhões de circulação. A companhia pode adquirir 2,3% dos papéis que estão em bolsa, até 27 de agosto. No total, os cinco programas anunciados em julho somavam pouco menos de R$ 200 milhões.
Mas não é de hoje que esse mecanismo começou a ser usado. Há nada menos do que 25 recompras abertas desde janeiro, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O total de programas lançados neste ano, porém, pode ser ainda maior. O dado não contempla empresas que tenham começado e já encerrado seus programas neste ano. Considera apenas aqueles ainda abertos. Tomando como base o fechamento do mercado ontem, as recompras abertas somam um volume de R$ 1,6 bilhão.
Essa ferramenta é usada pelas companhias com duas finalidades principais: ajudar na sustentação dos preços na bolsa, com aumento da demanda compradora, e ainda sinalizar que os investidores estão atribuindo um desconto exagerado aos papéis, tornando-os uma boa opção de investimento. A CSN, por exemplo, justifica assim seu programa: "maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente de sua estrutura de capital".
Depois de recomprar os papéis, as empresas podem decidir por cancela-los ou vendê-los no mercado - quando julgarem o preço apropriado. Entretanto, as ações não podem ficar na tesouraria da companhia por mais de 90 dias, segundo as regras da CVM.
Dos programas abertos, 13 são de companhias que captaram recentemente na Bovespa. No caso das novatas, a opção pela recompra enfrenta alguma resistência. Nem todos julgam que a aplicação dos recursos na compra de suas próprias ações é a melhor destinação para o dinheiro. Isso porque as empresas que se capitalizaram recentemente tinham planos - pagar dívida ou investir para crescer.
De acordo com as regras da CVM, as empresas podem comprar até 10% das ações livres para circulação. Para lançar um programa de recompra, a companhia não pode comprometer recursos superiores ao saldo de lucros ou reservas disponíveis no último balanço. Na prática, isso significa que a empresa não deve comprometer sua liquidez financeira para comprar papéis em queda na bolsa.
A intenção deste Blog é o de trazer informações sobre os mercados acionários e seus principais ativos. Esse espaço será utilizado para divulgar análises que fundamentem tendências de curto e médio prazos do Ibovespa, índices de mercados e comodities. Espero que o blog possa contribuir para a interpretação das tendências dos mercados,principalmente em momentos de maior volatilidade e incertezas.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Risco e oportunidades na bolsa
por Tatiana Bautzer e Angelo Pavini de Valor Economico
05/08/2008
Com a queda de 13% na bolsa desde janeiro - só ontem o índice Bovespa caiu 3,5% - muitos investidores podem entrar em pânico e vender tudo. Mas, para os que têm sangue-frio, essa é a hora de escolher pechinchas do mercado, mostra a revista "ValorInveste", que circula hoje.
O investidor Manuel Moreira Giesteira, que após a eleição de Lula comprou Itaúsa a R$ 1,60 (R$ 9,94 ontem), está adquirindo papéis de energia elétrica, pelos dividendos e alternativas de lucro. Pedro Bastos, do HSBC, sugere a venda de companhias realmente afetadas pela crise, mesmo com realização de prejuízos. Luiz Galvão, da Corretora Bradesco, propõe aos defensivos a compra de blue chips. Para os ousados, a opção são papéis de segunda linha "em liquidação" nos setores de varejo, construção, consumo e logística. André Lion, da BRZ, lembra uma máxima: comprar sempre "ao som de canhões" e vender "ao som de violinos".
05/08/2008
Com a queda de 13% na bolsa desde janeiro - só ontem o índice Bovespa caiu 3,5% - muitos investidores podem entrar em pânico e vender tudo. Mas, para os que têm sangue-frio, essa é a hora de escolher pechinchas do mercado, mostra a revista "ValorInveste", que circula hoje.
O investidor Manuel Moreira Giesteira, que após a eleição de Lula comprou Itaúsa a R$ 1,60 (R$ 9,94 ontem), está adquirindo papéis de energia elétrica, pelos dividendos e alternativas de lucro. Pedro Bastos, do HSBC, sugere a venda de companhias realmente afetadas pela crise, mesmo com realização de prejuízos. Luiz Galvão, da Corretora Bradesco, propõe aos defensivos a compra de blue chips. Para os ousados, a opção são papéis de segunda linha "em liquidação" nos setores de varejo, construção, consumo e logística. André Lion, da BRZ, lembra uma máxima: comprar sempre "ao som de canhões" e vender "ao som de violinos".
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
DJI...após 02/08... tendência de queda pode ser revertida com decisão sobre juros.....

DJI abriu em 11.326 pontos, refluiu até a mínima em 11.222 e a partir desse suporte iniciou uma sequência de alta, até atingir nova resistência em 11.382 pontos (máxima do dia). Daí, realizou até fechar nos 11.284 pontos (-0,37%).
Análise: DJI até tentou esboçar nova alta, a partir da mínima nos 11.222 pontos, porém não conseguiu se manter acima do suporte nos 11.360 pontos. Gradualmente, vem cedendo terreno, tendo por objetivo agora, testar o suporte nos 11.125 pontos. A retomada dos 11.360 pontos e o rompimento do patamar dos 11.580 pontos poderia levar DJI novamente a tentar superar a resistência em 11.700 pontos e depois o patamar dos 12 mil pontos. Mas, parece ser mais provável que reflua aos 11.125 pontos, com riscos de retornar rapidamente aos 11 mil pontos, caso perca esse suporte. As 15:15 horas, o FOMC definirá as novas taxas, acompanhada do tradicional comunicado. O tom do comunicado poderá interferir no "humor do mercado", revertendo ou não a tendência de baixa. Os índices futuros dos mercados americanos, antes da abertura, poderão sinalizar a tendência para hoje.
Suportes: 11.222, 11.125, 11.030 e 10.870 pontos.
Resistências: 11.382, 11.580 e 11.700 pontos.
IBOV...após 02/08... tendência de queda, mas pode tentar reverter...

O Ibovespa abriu nos 57.619 pontos foi até a máxima do dia em 57.641 pontos e a partir daí, deu continuidade ao processo de realização. De forma sistemática e continuada, retrocedeu até encontrar suporte na mínima em 55.366 pontos (-3,93%). A partir daí esboçou reação até 56.245 pontos. Refluiu a partir desse topo até fechar em 55.609 pontos(-3,51%).
Análise: Como já antecipavam os indicadores gráficos, o Ibovespa deu continuidade à realização iniciada no pregão anterior. A perda do importante suporte em 56.418 pontos, trouxe como previsto, o Ibovespa aos 55 mil pontos. Acima de 56.700 pontos, poderá buscar 56.930, 58 mil e 58.450 pontos. Abaixo desse novo fundo em 55.366 pontos, o Ibovespa poderá buscar suportes em 55 mil, 54.200, 53.500 e 52.800 pontos. Os principais indicadores do gráfico diário ainda sinalizam a continuidade da tendência de queda, porém a mínima em 55.366 pode ter sido (no curto prazo) o fundo desse canal de baixa. As 15:15 horas, o FOMC definirá as novas taxas, acompanhada do tradicional comunicado. O tom do comunicado poderá interferir no "humor do mercado". Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados americanos, antes da abertura, poderão sinalizar a tendência para hoje.
Suportes imediatos: 55.300, 55.000, 54.200, 53.500 e 52.800 pontos.
Resistências imediatas: 55.850, 56.700, 57.000 e 57.930 pontos.
Bolsa despenca 3,51% e volta ao nível de 23 de janeiro
por Claudia Violante da Agência Estado
04.08.2008 17h32
Agosto mal começou, mas a Bovespa já conseguiu praticamente dobrar as perdas acumuladas em 2008. Até o fechamento de julho, a queda do Ibovespa, principal índice, havia atingido 6,86%, mas depois de cair mais de 3% nos dois primeiros pregões de agosto as perdas foram ampliadas para 12,96% em 2008 - 6,55% apenas este mês.
Hoje, o índice recuou 3,51%, a maior queda porcentual desde os 3,61% de 2 de julho. Esta segunda-feira terminou com o Ibovespa aos 55.609,1 pontos, menor nível desde 23 de janeiro (quando encerrou com 54.234,8 pontos). Na mínima do dia, o índice registrou 55.367 pontos (-3,93%) e, na máxima, 57.647 pontos (+0,02%). O volume financeiro totalizou R$ 4,691 bilhões.
A queda dos metais e do petróleo e a fuga de estrangeiros derrubaram as principais ações domésticas, com os papéis mais líquidos e os de primeira linha conduzindo o tombo. Nova York também contribuiu para isso, mas a queda lá foi bem mais tímida, justamente porque o componente petróleo serviu de freio às ordens de vendas. O índice nova-iorquino Dow Jones recuou 0,37%, o S&P caiu 0,90% e o Nasdaq fechou com perdas de 1,10%.
O principal indicador esperado para hoje nos Estados Unidos era o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês). E ele não foi muito agradável. O núcleo do PCE (porção do índice que exclui alimentos e energia, que têm preços voláteis), em base anual, subiu 2,3% em junho, acima da meta do banco central dos EUA, de variação de alta entre 1% a 2%. O índice cheio (ou seja, com alimentos e energia) avançou 4,1%, na comparação anual. Além disso, os gastos com consumo - responsáveis por dois terços da atividade econômica dos EUA - caíram 0,2% em junho em comparação a maio, em termos ajustados à inflação, a primeira retração desde fevereiro. A renda pessoal, por sua vez, subiu 0,1% em junho, menor aumento desde abril de 2007.
Além desses números ruins, o setor financeiro voltou a pesar hoje sobre os índices, depois da falência do First Priority Bank, da Flórida, fechado na sexta-feira, e da queda do lucro do HSBC.
O petróleo ajudou Wall Street ao cair 2,95%, para US$ 121,41 por barril, mas prejudicou as ações da Petrobras, ainda afetadas com as vendas dos investidores estrangeiros. As ações ON da empresa terminaram em baixa de 5,13% e as PN, em queda de 4,69%.
Mas foi a Vale quem roubou a cena do pregão ao derreter mais de 7% (-7,21% as ON e -7,15% as PNA). Além do fechamento em baixa dos metais e da fuga de estrangeiros, os investidores têm penalizado os papéis após a subscrição, no mês passado, e também em meio às notícias de taxação do setor pelo governo. A análise corrente dos especialistas, entretanto, é de que há exagero na queda. Os setores siderúrgico e bancário também despencaram hoje, respectivamente por causa dos metais e dos correspondentes norte-americanos.
Amanhã, o principal destaque da agenda é a reunião do Banco Central dos Estados Unidos, que deve manter a taxa de juro em 2% ao ano. A avaliação é de que os investidores já se protegeram do evento no pregão de hoje e, a menos que uma notícia muito ruim esteja no comunicado que traz a taxa de juros, pode haver espaço para compras.
04.08.2008 17h32
Agosto mal começou, mas a Bovespa já conseguiu praticamente dobrar as perdas acumuladas em 2008. Até o fechamento de julho, a queda do Ibovespa, principal índice, havia atingido 6,86%, mas depois de cair mais de 3% nos dois primeiros pregões de agosto as perdas foram ampliadas para 12,96% em 2008 - 6,55% apenas este mês.
Hoje, o índice recuou 3,51%, a maior queda porcentual desde os 3,61% de 2 de julho. Esta segunda-feira terminou com o Ibovespa aos 55.609,1 pontos, menor nível desde 23 de janeiro (quando encerrou com 54.234,8 pontos). Na mínima do dia, o índice registrou 55.367 pontos (-3,93%) e, na máxima, 57.647 pontos (+0,02%). O volume financeiro totalizou R$ 4,691 bilhões.
A queda dos metais e do petróleo e a fuga de estrangeiros derrubaram as principais ações domésticas, com os papéis mais líquidos e os de primeira linha conduzindo o tombo. Nova York também contribuiu para isso, mas a queda lá foi bem mais tímida, justamente porque o componente petróleo serviu de freio às ordens de vendas. O índice nova-iorquino Dow Jones recuou 0,37%, o S&P caiu 0,90% e o Nasdaq fechou com perdas de 1,10%.
O principal indicador esperado para hoje nos Estados Unidos era o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês). E ele não foi muito agradável. O núcleo do PCE (porção do índice que exclui alimentos e energia, que têm preços voláteis), em base anual, subiu 2,3% em junho, acima da meta do banco central dos EUA, de variação de alta entre 1% a 2%. O índice cheio (ou seja, com alimentos e energia) avançou 4,1%, na comparação anual. Além disso, os gastos com consumo - responsáveis por dois terços da atividade econômica dos EUA - caíram 0,2% em junho em comparação a maio, em termos ajustados à inflação, a primeira retração desde fevereiro. A renda pessoal, por sua vez, subiu 0,1% em junho, menor aumento desde abril de 2007.
Além desses números ruins, o setor financeiro voltou a pesar hoje sobre os índices, depois da falência do First Priority Bank, da Flórida, fechado na sexta-feira, e da queda do lucro do HSBC.
O petróleo ajudou Wall Street ao cair 2,95%, para US$ 121,41 por barril, mas prejudicou as ações da Petrobras, ainda afetadas com as vendas dos investidores estrangeiros. As ações ON da empresa terminaram em baixa de 5,13% e as PN, em queda de 4,69%.
Mas foi a Vale quem roubou a cena do pregão ao derreter mais de 7% (-7,21% as ON e -7,15% as PNA). Além do fechamento em baixa dos metais e da fuga de estrangeiros, os investidores têm penalizado os papéis após a subscrição, no mês passado, e também em meio às notícias de taxação do setor pelo governo. A análise corrente dos especialistas, entretanto, é de que há exagero na queda. Os setores siderúrgico e bancário também despencaram hoje, respectivamente por causa dos metais e dos correspondentes norte-americanos.
Amanhã, o principal destaque da agenda é a reunião do Banco Central dos Estados Unidos, que deve manter a taxa de juro em 2% ao ano. A avaliação é de que os investidores já se protegeram do evento no pregão de hoje e, a menos que uma notícia muito ruim esteja no comunicado que traz a taxa de juros, pode haver espaço para compras.
Bolsas de NY recuam com queda das matérias-primas
por Renato Martins da Agência Estado
04.08.2008 18h11
O mercado norte-americano de ações fechou em queda, em reação às baixas dos preços do petróleo e de outras matérias-primas (commodities), em meio a temores quanto à perspectiva da economia dos EUA. "Os preços das commodities caem durante recessões. O refrão mais comum, diante do recente vigor dos preços das commodities industriais, era que 'a China e a Índia vão continuar a crescer, independentemente de outros acontecimentos econômicos globais', mesmo diante da desaceleração da produção industrial da Índia e de uma China que está debatendo como conter a inflação", escreveu o estrategista Tobias Levkovich, do Citigroup.
Para ele, o otimismo irrefreável que se via recentemente em relação às commodities lembra os momentos anteriores de euforia com as ações do setor de tecnologia e com os preços dos imóveis residenciais. Levkovich lembra que recentemente foi "fortemente criticado por um consultor por ter manifestado dúvidas quanto ao superciclo das commodities, como se ter uma opinião diferente fosse um ato de traição".
Entre as 30 componentes do índice Dow Jones, o destaque negativo foi ExxonMobil, do setor de petróleo, com queda de 3,91%; as ações da Chevron recuaram 1,79%. As da Range Resources, da área de exploração de petróleo e gás, perderam 13,08%; as da mineradora de carvão Consol Energy recuaram 6,50% e as da mineradora de ouro e cobre Freeport McMoRan perderam 12,00%. As ações da Alcoa, do setor de alumínio, caíram 3,42%. No setor financeiro, as ações do banco britânico HSBC caíram 1,86%, em reação a seu informe de resultados. No setor de tecnologia de comunicações, as ações da Motorola subiram 11,46%, depois de a empresa anunciar a contratação de um executivo da Qualcomm.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,37%, em 11.284,15 pontos. O Nasdaq encerrou em baixa de 1,10%, em 2.285,56 pontos. O S&P-500 caiu 0,90%, para 1.249,01 pontos. O NYSE Composite recuou 1,32%, para 8.268,65 pontos. As informações são da Dow Jones.
04.08.2008 18h11
O mercado norte-americano de ações fechou em queda, em reação às baixas dos preços do petróleo e de outras matérias-primas (commodities), em meio a temores quanto à perspectiva da economia dos EUA. "Os preços das commodities caem durante recessões. O refrão mais comum, diante do recente vigor dos preços das commodities industriais, era que 'a China e a Índia vão continuar a crescer, independentemente de outros acontecimentos econômicos globais', mesmo diante da desaceleração da produção industrial da Índia e de uma China que está debatendo como conter a inflação", escreveu o estrategista Tobias Levkovich, do Citigroup.
Para ele, o otimismo irrefreável que se via recentemente em relação às commodities lembra os momentos anteriores de euforia com as ações do setor de tecnologia e com os preços dos imóveis residenciais. Levkovich lembra que recentemente foi "fortemente criticado por um consultor por ter manifestado dúvidas quanto ao superciclo das commodities, como se ter uma opinião diferente fosse um ato de traição".
Entre as 30 componentes do índice Dow Jones, o destaque negativo foi ExxonMobil, do setor de petróleo, com queda de 3,91%; as ações da Chevron recuaram 1,79%. As da Range Resources, da área de exploração de petróleo e gás, perderam 13,08%; as da mineradora de carvão Consol Energy recuaram 6,50% e as da mineradora de ouro e cobre Freeport McMoRan perderam 12,00%. As ações da Alcoa, do setor de alumínio, caíram 3,42%. No setor financeiro, as ações do banco britânico HSBC caíram 1,86%, em reação a seu informe de resultados. No setor de tecnologia de comunicações, as ações da Motorola subiram 11,46%, depois de a empresa anunciar a contratação de um executivo da Qualcomm.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,37%, em 11.284,15 pontos. O Nasdaq encerrou em baixa de 1,10%, em 2.285,56 pontos. O S&P-500 caiu 0,90%, para 1.249,01 pontos. O NYSE Composite recuou 1,32%, para 8.268,65 pontos. As informações são da Dow Jones.
Bancos dos países ricos ainda têm muito prejuízo pela frente
por Cristiane Perini Lucchesi de Valor Online
04/08/2008
As perdas de US$ 480 bilhões contabilizadas nos bancos em todo o mundo como conseqüência do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos não são nem a metade do total a ser realizado com essa crise. Essa é a expectativa unânime dos analistas consultados pelo Valor. As formas usadas para contabilizar as perdas, no entanto, não são unânimes. Há quem acredite que os bancos estão maquiando balanços, escondendo prejuízos atrás de fórmulas matemáticas de avaliação de ativos mais complexos e sem liquidez a preços de mercado. Alguns negam a prática, enquanto outros defendem que os bancos não deveriam mesmo marcar a mercado todas as perdas, pois não teriam como absorvê-las com o capital disponível.
A firma de investimentos Bridgewater Associates tem números explosivos. Em relatório aos clientes que "vazou" na internet, a empresa calcula que os bancos terão de assumir perdas totais de US$ 1,6 trilhão por causa da crise das hipotecas americanas. Os bancos ainda teriam de contabilizar US$ 1,1 trilhão como prejuízo, considerando-se os números da agência Bloomberg, do total já declarado de US$ 480 bilhões. O Fundo Monetário Internacional (FMI) fala em perdas totais de US$ 945 bilhões no sistema financeiro, dos quais US$ 700 bilhões com a marcação a mercado, mas estima os prejuízos já declarados em US$ 400 bilhões.
Após ter contabilizado tantos prejuízos, "o sistema financeiro americano já está realmente muito fraco hoje", disse a a analista da Standard & Poor's Victoria Wagner. "E terá de continuar a registrar perdas, inclusive durante 2009", avalia. Combalido por uma crise aguda de liquidez que dura mais de um ano, aliviada por injeções diárias de recursos extraordinários dos bancos centrais dos Estados Unidos e Europa, o sistema financeiro dos países ricos está em risco de insolvência crescente. Neste ano, sete bancos já faliram nos EUA, um recorde desde 2002.
A lista de instituições "problemáticas" passou de 76 para 90 no primeiro trimestre, segundo o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), instituição do governo americano que garante os depósitos e monitora riscos. A falência do banco IndyMac, de Pasadena, Califórnia, no dia 11 de julho, com ativos de US$ 32 bilhões, foi a segunda maior de toda a história dos Estados Unidos.
Outras falências de dimensões bem maiores só não aconteceram por causa do socorro governamental. Em 25 de julho, por exemplo, o Washington Mutual, um dos bancos mais expostos a hipotecas para pessoas físicas nos Estados Unidos, obteve US$ 10 bilhões na linha de redesconto do Fed, mais empréstimos do Federal Home Loan Bank e operações no "open market" que totalizaram US$ 50 bilhões em meio a rumores de fuga de recursos. Também em julho, as financeiras Freddie Mac e Fannie Mae, que usam garantias do governo, receberam socorro de US$ 25 bilhões.
Isso sem falar nos casos mais antigos: a Countrywide recebeu empréstimo de US$ 51,1 bilhões do governo americano em novembro, enquanto o JPMorgan recebeu crédito de US$ 30 bilhões do Fed, banco central americano, para comprar o Bear Stearns em março. Na Alemanha, desde o início da crise, foram socorridos o IKB (US$ 13 bilhões) e o Sachsen (17,3 bilhões de euros). Na Inglaterra, a Northern Rock foi nacionalizada após receber 55 bilhões de libras esterlinas.
Outros bancos - como UBS, Morgan Stanley, Merrill Lynch e Citigroup - até conseguiram levantar capital privado para fazer frente às perdas. Os fundos soberanos de países asiáticos e do Oriente Médio, além de sheiks do petróleo e bancos chineses, compraram ações e títulos de dívida subordinada dos bancos. O total de capital levantado é de US$ 300 bilhões, segundo o FMI, e de US$ 350 bilhões em 12 meses, de acordo com Mohamed El-Erian, diretor do fundo de investimento Pimco. Mas, mesmo depois de obter tudo isso, "o sistema financeiro continua precisando de capital", diz El-Erian, em artigo no site do fundo.
"As instituições financeiras esperam que, em algum futuro próximo, serão capazes de obter uma nova infusão de capital e poderão contabilizar mais perdas", diz o professor Paul Davidson, o principal economista americano pós-keynesiano vivo. Ele afirma que os bancos podem até saber hoje que no futuro seus ativos vão certamente valer muito menos do que o preço atual registrado no balanço. "No entanto, enquanto esses ativos tiverem algum valor, mesmo que arbitrário, os bancos não estarão insolventes", afirma. Ele lembra que o mercado para títulos lastreados em hipotecas, as carteiras desses títulos, carteiras com derivativos desses títulos ao quadrado e ao cubo e outros derivativos exóticos "falhou", ou seja, não existe. Por isso, os critérios para definir o preço de mercado desses ativos são discutíveis.
A venda de uma carteira de títulos lastreados em hipotecas da Merrill Lynch na semana passada foi ilustrativa. No dia 29, o banco vendeu US$ 30,6 bilhões de valor de face por US$ 6,7 bilhões. Mas a própria Merrill havia contabilizado esses títulos no balanço do segundo semestre a US$ 11,1 bilhões. "Eles tiveram de pagar um prêmio para vender toda a carteira", argumenta Victoria Wagner, da Standard & Poor's.
Outros analistas consideram que a carteira valia ainda menos do que isso e só saiu ao preço de US$ 0,22 por dólar porque a compra foi feita em sua maior parte com crédito da própria Merrill Lynch, que financiou 75% da aquisição feita pelo fundo Lone Star. O Goldman Sachs lembrou que, se o Citigroup fosse marcar como a Merrill Lynch seus ativos semelhantes, hoje contabilizados a US$ 0,53 por dólar, teria de registrar baixas contábeis de mais de US$ 16,2 bilhões.
A Merrill Lynch pôde fazer a venda e absorver a perda, pois conseguiu na semana passada levantar capital do fundo soberano de Cingapura Temasek, no total de US$ 8,5 bilhões, mas teve de compensar o fundo com US$ 2,5 bilhões por perdas passadas. Depois dos prejuízos dos investidores que compraram as ações dos bancos desde o início da crise, que chegaram a 50% em alguns casos, a disposição para aumentar suas posições nesses ativos é cada vez menor. Segundo El-Erian, um número crescente de bancos está essencialmente sem condições de levantar dinheiro neste momento sem ajuda do governo.
"Se o Fed tivesse obrigado os bancos a marcar a mercado seus portfólios nos anos 80, quando os países da América Latina começaram a entrar em moratória, teria sido um desastre de proporções bíblicas", argumenta John Mauldin, presidente da firma de consultoria Millennium Wave. "Não sobraria nenhum banco americano em pé e a economia entraria em uma profunda recessão", diz ele.
Na época, segundo ele, os maiores bancos americanos estavam tecnicamente quebrados e as autoridades econômicas permitiram que eles mantivessem os ativos em sua carteira a preços de 100% do valor de face. Só depois de seis anos ou mais, quando os bancos conseguiram capital, é que as marcações foram feitas. Hoje, na sua visão, a situação só é diferente nos detalhes. "É tudo uma questão de ganhar tempo", comenta, em relatório. "Os bancos centrais em todo o mundo estão dando aos bancos tempo para eles lidarem com seus problemas", ou seja, vender ativos e levantar mais capital. "Não há outra opção", considera ele.
04/08/2008
As perdas de US$ 480 bilhões contabilizadas nos bancos em todo o mundo como conseqüência do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos não são nem a metade do total a ser realizado com essa crise. Essa é a expectativa unânime dos analistas consultados pelo Valor. As formas usadas para contabilizar as perdas, no entanto, não são unânimes. Há quem acredite que os bancos estão maquiando balanços, escondendo prejuízos atrás de fórmulas matemáticas de avaliação de ativos mais complexos e sem liquidez a preços de mercado. Alguns negam a prática, enquanto outros defendem que os bancos não deveriam mesmo marcar a mercado todas as perdas, pois não teriam como absorvê-las com o capital disponível.
A firma de investimentos Bridgewater Associates tem números explosivos. Em relatório aos clientes que "vazou" na internet, a empresa calcula que os bancos terão de assumir perdas totais de US$ 1,6 trilhão por causa da crise das hipotecas americanas. Os bancos ainda teriam de contabilizar US$ 1,1 trilhão como prejuízo, considerando-se os números da agência Bloomberg, do total já declarado de US$ 480 bilhões. O Fundo Monetário Internacional (FMI) fala em perdas totais de US$ 945 bilhões no sistema financeiro, dos quais US$ 700 bilhões com a marcação a mercado, mas estima os prejuízos já declarados em US$ 400 bilhões.
Após ter contabilizado tantos prejuízos, "o sistema financeiro americano já está realmente muito fraco hoje", disse a a analista da Standard & Poor's Victoria Wagner. "E terá de continuar a registrar perdas, inclusive durante 2009", avalia. Combalido por uma crise aguda de liquidez que dura mais de um ano, aliviada por injeções diárias de recursos extraordinários dos bancos centrais dos Estados Unidos e Europa, o sistema financeiro dos países ricos está em risco de insolvência crescente. Neste ano, sete bancos já faliram nos EUA, um recorde desde 2002.
A lista de instituições "problemáticas" passou de 76 para 90 no primeiro trimestre, segundo o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), instituição do governo americano que garante os depósitos e monitora riscos. A falência do banco IndyMac, de Pasadena, Califórnia, no dia 11 de julho, com ativos de US$ 32 bilhões, foi a segunda maior de toda a história dos Estados Unidos.
Outras falências de dimensões bem maiores só não aconteceram por causa do socorro governamental. Em 25 de julho, por exemplo, o Washington Mutual, um dos bancos mais expostos a hipotecas para pessoas físicas nos Estados Unidos, obteve US$ 10 bilhões na linha de redesconto do Fed, mais empréstimos do Federal Home Loan Bank e operações no "open market" que totalizaram US$ 50 bilhões em meio a rumores de fuga de recursos. Também em julho, as financeiras Freddie Mac e Fannie Mae, que usam garantias do governo, receberam socorro de US$ 25 bilhões.
Isso sem falar nos casos mais antigos: a Countrywide recebeu empréstimo de US$ 51,1 bilhões do governo americano em novembro, enquanto o JPMorgan recebeu crédito de US$ 30 bilhões do Fed, banco central americano, para comprar o Bear Stearns em março. Na Alemanha, desde o início da crise, foram socorridos o IKB (US$ 13 bilhões) e o Sachsen (17,3 bilhões de euros). Na Inglaterra, a Northern Rock foi nacionalizada após receber 55 bilhões de libras esterlinas.
Outros bancos - como UBS, Morgan Stanley, Merrill Lynch e Citigroup - até conseguiram levantar capital privado para fazer frente às perdas. Os fundos soberanos de países asiáticos e do Oriente Médio, além de sheiks do petróleo e bancos chineses, compraram ações e títulos de dívida subordinada dos bancos. O total de capital levantado é de US$ 300 bilhões, segundo o FMI, e de US$ 350 bilhões em 12 meses, de acordo com Mohamed El-Erian, diretor do fundo de investimento Pimco. Mas, mesmo depois de obter tudo isso, "o sistema financeiro continua precisando de capital", diz El-Erian, em artigo no site do fundo.
"As instituições financeiras esperam que, em algum futuro próximo, serão capazes de obter uma nova infusão de capital e poderão contabilizar mais perdas", diz o professor Paul Davidson, o principal economista americano pós-keynesiano vivo. Ele afirma que os bancos podem até saber hoje que no futuro seus ativos vão certamente valer muito menos do que o preço atual registrado no balanço. "No entanto, enquanto esses ativos tiverem algum valor, mesmo que arbitrário, os bancos não estarão insolventes", afirma. Ele lembra que o mercado para títulos lastreados em hipotecas, as carteiras desses títulos, carteiras com derivativos desses títulos ao quadrado e ao cubo e outros derivativos exóticos "falhou", ou seja, não existe. Por isso, os critérios para definir o preço de mercado desses ativos são discutíveis.
A venda de uma carteira de títulos lastreados em hipotecas da Merrill Lynch na semana passada foi ilustrativa. No dia 29, o banco vendeu US$ 30,6 bilhões de valor de face por US$ 6,7 bilhões. Mas a própria Merrill havia contabilizado esses títulos no balanço do segundo semestre a US$ 11,1 bilhões. "Eles tiveram de pagar um prêmio para vender toda a carteira", argumenta Victoria Wagner, da Standard & Poor's.
Outros analistas consideram que a carteira valia ainda menos do que isso e só saiu ao preço de US$ 0,22 por dólar porque a compra foi feita em sua maior parte com crédito da própria Merrill Lynch, que financiou 75% da aquisição feita pelo fundo Lone Star. O Goldman Sachs lembrou que, se o Citigroup fosse marcar como a Merrill Lynch seus ativos semelhantes, hoje contabilizados a US$ 0,53 por dólar, teria de registrar baixas contábeis de mais de US$ 16,2 bilhões.
A Merrill Lynch pôde fazer a venda e absorver a perda, pois conseguiu na semana passada levantar capital do fundo soberano de Cingapura Temasek, no total de US$ 8,5 bilhões, mas teve de compensar o fundo com US$ 2,5 bilhões por perdas passadas. Depois dos prejuízos dos investidores que compraram as ações dos bancos desde o início da crise, que chegaram a 50% em alguns casos, a disposição para aumentar suas posições nesses ativos é cada vez menor. Segundo El-Erian, um número crescente de bancos está essencialmente sem condições de levantar dinheiro neste momento sem ajuda do governo.
"Se o Fed tivesse obrigado os bancos a marcar a mercado seus portfólios nos anos 80, quando os países da América Latina começaram a entrar em moratória, teria sido um desastre de proporções bíblicas", argumenta John Mauldin, presidente da firma de consultoria Millennium Wave. "Não sobraria nenhum banco americano em pé e a economia entraria em uma profunda recessão", diz ele.
Na época, segundo ele, os maiores bancos americanos estavam tecnicamente quebrados e as autoridades econômicas permitiram que eles mantivessem os ativos em sua carteira a preços de 100% do valor de face. Só depois de seis anos ou mais, quando os bancos conseguiram capital, é que as marcações foram feitas. Hoje, na sua visão, a situação só é diferente nos detalhes. "É tudo uma questão de ganhar tempo", comenta, em relatório. "Os bancos centrais em todo o mundo estão dando aos bancos tempo para eles lidarem com seus problemas", ou seja, vender ativos e levantar mais capital. "Não há outra opção", considera ele.
IBOV...após 01/08...tendência de queda continua...

O Ibovespa abriu nos 59.505 pontos (máxima do dia) e impulsionado pelos índices futuros em queda, deu continuidade ao processo de realização. De forma sistemática e constante retrocedeu até encontrar suporte na mínima em 57.492 pontos. Recuperou um pouco, ao fechar em 57.630 pontos(-3,15%).
Análise: Como já antecipavam os indicadores dos gráficos diário e de "30 minutos" o Ibovespa deu continuidade à realização iniciada no pregão anterior. A perda do suporte em 57 mil pontos, poderá levar o IBOV a testar o forte suporte de 56.418 pontos (fundo recente do último rali de queda). A perda deste suporte trará o Ibovespa aos 55 mil pontos e, possivelmente aos 53 mil pontos. Acima de 57.700 pontos, poderá buscar 58.800 e 59 mil pontos. Os principais indicadores do gráfico diário estão sinalizando a continuidade da tendência de queda. Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados americanos, antes da abertura, poderão confirmar (ou não) essa tendência.
Suportes imediatos: 57.000, 56.870, 56.420, 56.100 e 55.600 pontos.
Resistências imediatas: 57.700, 58.800, 59.000 e 59.505 pontos.
DJI...após 01/08...tendência de queda continua...

DJI abriu em 11.380 pontos e esboçou um processo inicial de alta, meio que empurrado pelos mercados futuros, vindo atingir resistência em 11.419 pontos. Daí, iniciou nova realização até a mínima nos 11.267 pontos. Reagiu retomando o patamar dos 11.300 pontos, para finalizar em 11.326 pontos (- 0,46%).
Análise: A abertura e a leve alta nas primeiras horas de pregão não foram suficientes para reverter o processo de realização de DJI, iniciado no pregão anterior. Taxas crescentes de desemprego e prejuízos acima das expectativas do mercado da poderosa GM (15,5 bi no balanço trimestral) reacenderam a luz amarela da recessão. A confirmação da perda do suporte dos 11.360 pontos, terá por objetivo o suporte nos 11.125 pontos e na perda deste suporte, o próximo objetivo será novamente o fundo do canal de baixa, nos 11 mil pontos. Os principais indicadores do gráfico diário, sinalizam tendência de queda. Os mercados futuros antes da abertura, poderão confirmar (ou não), a continuidade dessa tendência.
Suportes: 11.267, 11.125, 11.030 e 10.980 pontos.
Resistências: 11.418, 11.490, 11.525, 11.580 e 11.700 pontos.
domingo, 3 de agosto de 2008
IBOV...projeções para a semana de 04 a 08 de agosto...

Apesar do bom desempenho positivo da última semana, para esta semana o desempenho do Ibovespa deverá ser influenciado diretamente pelos acontecimentos agendados na economia americana (reunião do FOMC, divulgação de índices de desempenho econômico e resultados corporativos trimestrais).
No cenário doméstico, a divulgação de balanços trimestrais do Bradesco e o Itaú, no início da semana, poderão trazer algum alento ao mercado, por expectativas melhores que as do trimestre anterior, mas sem dúvida os mais aguardados serão os de Vale, no meio de semana e os de Petro previstos para o dia 11, no início da próxima semana.
O volume diário de negócios, com média ainda bem inferior à média do primeiro semestre, traduz a incerteza do mercado quanto ao "fundo do poço" do Ibovespa.
Nesse quadro de muitas incertezas, os principais indicadores do gráfico semanal ainda apontam para a continuidade da tendência de queda.
A perda do suporte em 57.300 pontos poderá levar o Ibovespa a testar o fundo recente em 56.420 pontos, com fortes possibilidades de retorno aos 55 mil pontos, em caso da perda deste suporte. Reversão de tendência será caracterizada, nesta semana, com a retomada dos 59 mil pontos.
DJI...projeções para a semana de 04 a 08 de agosto...

Depois da forte recuperação ocorrida três semanas atrás, motivada pela queda do preço (recorde) do barril de petróleo e pela percepção de que houvera exagero na depreciação das ações do setor financeiro americano, DJI devolveu boa parte dessa recuperação, nessas 2 últimas semanas, fechando negativo em relação ao fechamento semanal anterior.
A reversão da tendência anterior está sendo justificada agora, pelo fato de que as perspectivas de recessão estão sendo mais evidentes, conforme o novo recorde na taxa de desemprego (5,7%) e a sensível redução na oferta de novos empregos.
Por outro lado, o "contágio" da crise financeira ao "mundo real" dos negócios parece estar se confirmando, com o resultado negativo apontado por uma das maiores componentes de DJI, a poderosa montadora GM, que anunciou prejuízo trimestral recorde de 15,5 bilhões de dólares e reacendeu as especulações sobre sua possível falência.
Para esta semana, a continuidade da divulgação de balanços corporativos, provavelmente negativos se comparados ao trimestre anterior, confirmarão a tendência recessiva da economia americana e sua forte influência na economia globalizada.
A reunião da próxima terça, dia 5 do FOMC, comitê do Banco Central americano que discutirá (e provavelmente manterá) o novo patamar da taxa de juros, terá muita importância no desempenho de DJI, principalmente pela análise do quadro econômico e pelo tom do comunicado.
Para o início da semana os indicadores do gráfico diário sinalizam a continuidade da queda. A perda dos 11.300 pontos poderá levar DJI novamente a buscar suporte nos 11 mil pontos. A possibilidade de retomada da alta nesta semana, se dará com o rompimento do topo da semana anterior nos 11.600 pontos.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Analistas afastam possível repique e vêem início de mês com pé esquerdo à Bolsa
por Nathália A. Terra Pereira de InfoMoney
01/08/08 20h30
SÃO PAULO - "A bolsa brasileira deve começar o mês de agosto com o pé esquerdo". Assim Celso Yoshida, analista técnico da Solidez Corretora, resume categoricamente suas projeções à renda variável nesta semana que se aproxima. De fato, o Ibovespa já abriu suas negociações do oitavo mês do ano no vermelho, amargando nova derrocada na sexta-feira (1).
Tendência declinante que tem tudo para encontrar fôlego nos próximos pregões. "Os indicadores gráficos seguem apontando para a continuidade da trajetória de queda", prevê Yoshida, para quem as próximas baixas que esperam os investidores podem levar o benchmark brasileiro rumo aos 56.400 pontos. Alarmante? Yoshida vai além: "se tal patamar for rompido, veremos um forte rali de venda, com o Ibovespa podendo atingir a faixa dos 52.700 pontos". E para os que torcem por um repique, o analista não vê muitos indícios de tal possibilidade em seus gráficos: "a próxima resistência está nos 60.000 pontos, mas não deve ser buscada, principalmente porque os poucos arroubos de alta não vêm acompanhados de volumes expressivos".
Agenda também sustenta cautela
Se os gráficos não vêm dando motivos para um fim do pessimismo, a agenda econômica prevista para os próximos pregões não fica para trás. Menos pelo fluxo de referências, que deve se manter ameno na próxima semana, mas sim pela relevância dos eventos agendados, cujo destaque fica indubitavelmente para a reunião do Federal Reserve.
Na próxima terça-feira, a autoridade monetária tem mais um encontro para decidir sobre o rumo do juro básico norte-americano, fato que sempre vem rodeado de muita apreensão nos mercados. Mas para Sílvio Campos Neto, a decisão em si não deve surpreender. "Todos os indícios dados pelo Fed até agora apontam para a manutenção da Fed Funds Rate", opina o economista-chefe do Banco Schahin.
Entretanto, o que pode impactar o andamento dos negócios é o comunicado que sempre acompanha as deliberações do colegiado presidido por Ben Bernanke. "Fora o Fed, não há previsão de dados muito relevantes, talvez com exceção para o ISM Services", afirma Campos Neto. Todavia, a cena corporativa deve manter-se atribulada pela divulgação de resultados, mais um foco de tensão às bolsas.
"Os indicadores, tanto aqui como lá fora, têm vindo controversos, sustentando a promessa de uma semana cuja única certeza é a indefinição e volatilidade. Isto para não falar no mercado de commodities, que quando caem, impactam positivamente os mercados externos e negativamente o doméstico. E quando as cotações sobem, muitas vezes o Ibovespa não tem força e acaba sendo penalizado de qualquer jeito pelas tensões em Wall Street", opina Campos Neto.
Fugindo das duas maiores Commodities.
Há muito que traçar qualquer previsão ao Ibovespa sem passar por tal mercado acaba dando origem a resultados infundados, uma vez que cerca de um terço do índice é controlado por apenas dois papéis, atrelados aos setores de mineração e petróleo: Vale (VALE5) e Petrobras (PETR4).
Quando se pensa que a trajetória negativa das ações das duas maiores blue chips brasileiras finalmente encontrará um término, os ativos surpreendem com maiores baixas, no encalço do recuo no preço do barril de petróleo e das commodities metálicas lá fora. Com a economia norte-americana posta à prova, o consumo dos produtos também é questionado e, com isso, as cotações devem mostrar novas quedas.
A análise técnica compartilha de visões similares. Segundo Celso Yoshida, ambos os papéis continuam imersos em tendência declinante. "Para aqueles que têm objetivos de curto prazo, não recomendo ficar comprado em Petrobras e Vale", alerta o analista, que prevê maiores rompimentos de suportes às ações na próxima semana.
01/08/08 20h30
SÃO PAULO - "A bolsa brasileira deve começar o mês de agosto com o pé esquerdo". Assim Celso Yoshida, analista técnico da Solidez Corretora, resume categoricamente suas projeções à renda variável nesta semana que se aproxima. De fato, o Ibovespa já abriu suas negociações do oitavo mês do ano no vermelho, amargando nova derrocada na sexta-feira (1).
Tendência declinante que tem tudo para encontrar fôlego nos próximos pregões. "Os indicadores gráficos seguem apontando para a continuidade da trajetória de queda", prevê Yoshida, para quem as próximas baixas que esperam os investidores podem levar o benchmark brasileiro rumo aos 56.400 pontos. Alarmante? Yoshida vai além: "se tal patamar for rompido, veremos um forte rali de venda, com o Ibovespa podendo atingir a faixa dos 52.700 pontos". E para os que torcem por um repique, o analista não vê muitos indícios de tal possibilidade em seus gráficos: "a próxima resistência está nos 60.000 pontos, mas não deve ser buscada, principalmente porque os poucos arroubos de alta não vêm acompanhados de volumes expressivos".
Agenda também sustenta cautela
Se os gráficos não vêm dando motivos para um fim do pessimismo, a agenda econômica prevista para os próximos pregões não fica para trás. Menos pelo fluxo de referências, que deve se manter ameno na próxima semana, mas sim pela relevância dos eventos agendados, cujo destaque fica indubitavelmente para a reunião do Federal Reserve.
Na próxima terça-feira, a autoridade monetária tem mais um encontro para decidir sobre o rumo do juro básico norte-americano, fato que sempre vem rodeado de muita apreensão nos mercados. Mas para Sílvio Campos Neto, a decisão em si não deve surpreender. "Todos os indícios dados pelo Fed até agora apontam para a manutenção da Fed Funds Rate", opina o economista-chefe do Banco Schahin.
Entretanto, o que pode impactar o andamento dos negócios é o comunicado que sempre acompanha as deliberações do colegiado presidido por Ben Bernanke. "Fora o Fed, não há previsão de dados muito relevantes, talvez com exceção para o ISM Services", afirma Campos Neto. Todavia, a cena corporativa deve manter-se atribulada pela divulgação de resultados, mais um foco de tensão às bolsas.
"Os indicadores, tanto aqui como lá fora, têm vindo controversos, sustentando a promessa de uma semana cuja única certeza é a indefinição e volatilidade. Isto para não falar no mercado de commodities, que quando caem, impactam positivamente os mercados externos e negativamente o doméstico. E quando as cotações sobem, muitas vezes o Ibovespa não tem força e acaba sendo penalizado de qualquer jeito pelas tensões em Wall Street", opina Campos Neto.
Fugindo das duas maiores Commodities.
Há muito que traçar qualquer previsão ao Ibovespa sem passar por tal mercado acaba dando origem a resultados infundados, uma vez que cerca de um terço do índice é controlado por apenas dois papéis, atrelados aos setores de mineração e petróleo: Vale (VALE5) e Petrobras (PETR4).
Quando se pensa que a trajetória negativa das ações das duas maiores blue chips brasileiras finalmente encontrará um término, os ativos surpreendem com maiores baixas, no encalço do recuo no preço do barril de petróleo e das commodities metálicas lá fora. Com a economia norte-americana posta à prova, o consumo dos produtos também é questionado e, com isso, as cotações devem mostrar novas quedas.
A análise técnica compartilha de visões similares. Segundo Celso Yoshida, ambos os papéis continuam imersos em tendência declinante. "Para aqueles que têm objetivos de curto prazo, não recomendo ficar comprado em Petrobras e Vale", alerta o analista, que prevê maiores rompimentos de suportes às ações na próxima semana.
Bolsa de Nova York recua com emprego, petróleo e GM
por Renato Martins da Agência Estado
01.08.2008 18h15
O mercado norte-americano de ações fechou em queda, em dia marcado pela divulgação dos dados do nível de emprego em julho, pelo informe de resultados da General Motors e por nova alta dos preços do petróleo. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, houve uma redução de 51 mil no número de postos de trabalho (menos do que se previa), no sétimo mês consecutivo de contração, e a taxa de desemprego subiu para 5,7%, de 5,6% em junho.
As ações da General Motors caíram 7,59%, em reação a seu informe de resultados do segundo trimestre; em dia de divulgação dos informes de vendas das montadoras em julho, as da Ford recuaram 3,12% e as da Nissan caíram 5,94%. No setor de petróleo, as ações da Chevron, que também divulgou resultados, caíram 0,30%; as da ExxonMobil recuaram 0,88%. No setor de tecnologia, as ações da Sun Microsystems caíram 12,32%, depois de a empresa rebaixar sua previsão de lucros.
"Acredito que o foco, agora, vai se voltar para os dados macroeconômicos e, com a aproximação das convenções partidárias, para o que as eleições deverão trazer. E tudo isso está sendo atropelado pelo petróleo. Ainda acho ele é o catalisador que tem potencial para mover os mercados de ações", comentou Stephen Sachs, diretor de operações da Rydex Investments.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,45%, em 11.326,32 pontos. O Nasdaq encerrou e baixa de 0,63%, em 2.310,96 pontos. O S&P-500 caiu 0,56%, para 1.260,31 pontos. O NYSE Composite recuou 0,70%, para 8.379,15 pontos. As informações são da Dow Jones.
01.08.2008 18h15
O mercado norte-americano de ações fechou em queda, em dia marcado pela divulgação dos dados do nível de emprego em julho, pelo informe de resultados da General Motors e por nova alta dos preços do petróleo. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, houve uma redução de 51 mil no número de postos de trabalho (menos do que se previa), no sétimo mês consecutivo de contração, e a taxa de desemprego subiu para 5,7%, de 5,6% em junho.
As ações da General Motors caíram 7,59%, em reação a seu informe de resultados do segundo trimestre; em dia de divulgação dos informes de vendas das montadoras em julho, as da Ford recuaram 3,12% e as da Nissan caíram 5,94%. No setor de petróleo, as ações da Chevron, que também divulgou resultados, caíram 0,30%; as da ExxonMobil recuaram 0,88%. No setor de tecnologia, as ações da Sun Microsystems caíram 12,32%, depois de a empresa rebaixar sua previsão de lucros.
"Acredito que o foco, agora, vai se voltar para os dados macroeconômicos e, com a aproximação das convenções partidárias, para o que as eleições deverão trazer. E tudo isso está sendo atropelado pelo petróleo. Ainda acho ele é o catalisador que tem potencial para mover os mercados de ações", comentou Stephen Sachs, diretor de operações da Rydex Investments.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,45%, em 11.326,32 pontos. O Nasdaq encerrou e baixa de 0,63%, em 2.310,96 pontos. O S&P-500 caiu 0,56%, para 1.260,31 pontos. O NYSE Composite recuou 0,70%, para 8.379,15 pontos. As informações são da Dow Jones.
Vale derrete e faz Ibovespa abrir agosto com -3,15%
por Claudia Violante da Agência Estado
01.08.2008 17h32
A mudança de mês foi apenas efeito calendário para a Bovespa, que continuou a ter mais do mesmo, embora hoje tenha sido muito, muito mais. O Ibovespa, principal índice, derreteu 3,15%, por causa principalmente das ações da Vale. Petrobras e siderúrgicas também tiveram forte baixa, enquanto Wall Street, em queda bem mais tímida, serviu de timão às ordens de vendas domésticas.
O Ibovespa terminou o primeiro pregão de agosto em baixa de 3,15%, aos 57.630,4 pontos. Oscilou entre a mínima de 57.492 pontos (-3,38%) e a máxima de 59.505 pontos (estabilidade). Em 2008, acumula perdas de 9,79%. O volume financeiro foi fraco e totalizou apenas R$ 4,186 bilhões.
A princípio, a Bovespa acompanhou o desempenho das bolsas norte-americanas, que caíram com o dado de desemprego e com o péssimo balanço da GM. O indicador mais aguardado do dia era o relatório do mercado de trabalho, mas ele foi melhor do que o previsto embora tenha sido ruim: houve corte de 51 mil vagas, enquanto as previsões eram ainda piores, de fechamento de 65 mil vagas.
Mas os especialistas focaram o desemprego, que atingiu 5,7%, o mais alto desde março de 2004. Um dos setores que têm ajudado a engrossar estas estatísticas do mercado de trabalho é o automotivo, e a GM mostrou que as coisas por lá estão ruins. A empresa teve um prejuízo de US$ 27,33 por ação, dez vezes maior que o esperado por analistas (US$ 2,62).
O índice de atividade industrial ISM, no entanto, não mostrou contração como era previsto e ajudou a conter as perdas das bolsas, embora o petróleo tenha atuado na outra ponta ao fechar em alta. O índice acionário Dow Jones recuou 0,45%, o S&P teve perdas de 0,56% e o Nasdaq cedeu 0,63%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo subiu 0,82%, para US$ 125,10 por barril.
Vale hoje foi a líder de baixas do Ibovespa, carteira teórica com mais de 60 papéis. Queda dos metais, atividade mais fraca na China - com conseqüente queda nas compras de minério futuramente - e saída de recursos por parte de investidores estrangeiros justificaram o tombo. Vale ON perdeu 6,23% e Vale PNA, 5,88%. Petrobras também pesou sobre o Ibovespa ao cair 3,78% as ações ON e 3,87% as PN, na contramão do petróleo. Apenas nove ações terminaram em alta hoje no Ibovespa: o melhor desempenho ficou com Cesp PNB (2,06%).
01.08.2008 17h32
A mudança de mês foi apenas efeito calendário para a Bovespa, que continuou a ter mais do mesmo, embora hoje tenha sido muito, muito mais. O Ibovespa, principal índice, derreteu 3,15%, por causa principalmente das ações da Vale. Petrobras e siderúrgicas também tiveram forte baixa, enquanto Wall Street, em queda bem mais tímida, serviu de timão às ordens de vendas domésticas.
O Ibovespa terminou o primeiro pregão de agosto em baixa de 3,15%, aos 57.630,4 pontos. Oscilou entre a mínima de 57.492 pontos (-3,38%) e a máxima de 59.505 pontos (estabilidade). Em 2008, acumula perdas de 9,79%. O volume financeiro foi fraco e totalizou apenas R$ 4,186 bilhões.
A princípio, a Bovespa acompanhou o desempenho das bolsas norte-americanas, que caíram com o dado de desemprego e com o péssimo balanço da GM. O indicador mais aguardado do dia era o relatório do mercado de trabalho, mas ele foi melhor do que o previsto embora tenha sido ruim: houve corte de 51 mil vagas, enquanto as previsões eram ainda piores, de fechamento de 65 mil vagas.
Mas os especialistas focaram o desemprego, que atingiu 5,7%, o mais alto desde março de 2004. Um dos setores que têm ajudado a engrossar estas estatísticas do mercado de trabalho é o automotivo, e a GM mostrou que as coisas por lá estão ruins. A empresa teve um prejuízo de US$ 27,33 por ação, dez vezes maior que o esperado por analistas (US$ 2,62).
O índice de atividade industrial ISM, no entanto, não mostrou contração como era previsto e ajudou a conter as perdas das bolsas, embora o petróleo tenha atuado na outra ponta ao fechar em alta. O índice acionário Dow Jones recuou 0,45%, o S&P teve perdas de 0,56% e o Nasdaq cedeu 0,63%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo subiu 0,82%, para US$ 125,10 por barril.
Vale hoje foi a líder de baixas do Ibovespa, carteira teórica com mais de 60 papéis. Queda dos metais, atividade mais fraca na China - com conseqüente queda nas compras de minério futuramente - e saída de recursos por parte de investidores estrangeiros justificaram o tombo. Vale ON perdeu 6,23% e Vale PNA, 5,88%. Petrobras também pesou sobre o Ibovespa ao cair 3,78% as ações ON e 3,87% as PN, na contramão do petróleo. Apenas nove ações terminaram em alta hoje no Ibovespa: o melhor desempenho ficou com Cesp PNB (2,06%).
Copom poderá voltar a elevar os juros em 0,75 ponto, indica ata
por Alex Ribeiro de VALOR ECONOMICO
01/08/2008
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central disse, em ata divulgada ontem, que "a política monetária deverá atuar vigorosamente, enquanto o balanço dos riscos para a dinâmica inflacionária assim o requerer". Analistas econômicos interpretaram essa frase como uma sinal de que o BC irá aumentar mais uma vez os juros básicos em 0,75 ponto percentual na sua reunião de setembro, de 13% ao ano para 13,75% ao ano.
O documento explica as razões que levaram o Copom a intensificar o ritmo de aperto monetário no seu encontro da semana passada, de 0,5 ponto percentual para 0,75 ponto percentual. Desde abril, quando os juros básicos se encontravam em 11,25% ao ano, o BC vem apertando a política monetária para conter pressões inflacionárias decorrentes do aumento de preços de "commodities", como alimentos e energia, e para reduzir o crescimento do consumo e investimentos, que avança acima da capacidade de oferta da economia.
Segundo o gerente de política monetária do Banco Itaú, Joel Bogdanski, a ata deixa claro que o BC intensificou o aperto monetário porque as suas projeções inflacionárias se tornaram mais desfavoráveis. O documento diz que "a projeção (do BC) para a inflação em 2008 elevou-se significativamente em relação ao valor considerado na reunião do Copom de junho e permanece acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)".
A ata não diz qual é o valor exato da inflação projetada para 2008. Mas sabe-se que em fins de junho o BC projetava uma inflação de 6%. A ata do Copom diz que também pioraram as projeções de inflação para 2009, que em junho estava em 4,7%. Bogdanski nota que a piora dos prognósticos ocorreu a despeito de, em seus cálculos, o BC usar uma taxa de câmbio de R$ 1,60 (em junho, foi usado R$ 1,65), o que em tese deveria contribuir para reduzir a inflação projetada.
Em vários trechos, a ata do Copom descreve um cenário menos confortável, com alto nível de utilização da capacidade instalada, demanda aquecida, emprego e renda subindo, vendas no varejo ainda muito fortes e deterioração das expectativas de inflação. "O Copom diz que a inflação está na direção errada, tanto que o BC bate na tecla de que será necessário aumentar a probabilidade de que a inflação volte para a trajetória das metas", afirma Bogdanski. "O BC também define o prazo para a inflação voltar ao centro da meta: em 2009."
O economista avalia que o cenário econômico não deverá ter mudança substancial até setembro, quando ocorre a próxima reunião do Copom, o que torna provável que seja feita uma nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros.
O economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon, também acha que o cenário mais provável é alta de 0,75 ponto percentual em setembro, mas ele acha possível que na reunião seguinte, em fins de outubro, seja retomado o ritmo de altas de 0,5 ponto percentual.
A avaliação de Salomon é que não há grandes dúvidas de que a economia irá se desacelerar em 2009, abrindo espaço para uma inflação mais baixa. O Unibanco projeta uma inflação de 4,8% para 2009, acima da meta, de 4,5%, mas apenas porque trabalha com a premissa de que os preços administrados vão subir 6% no próximo ano, acima dos 4,8% previstos pelo BC. Usando o mesmo cenário traçado pelo BC, porém, os modelos do Unibanco chegam a uma inflação de 4,4% no próximo ano.
O cenário, porém, ainda é cercado de incertezas, sobretudo quanto ao crescimento da economia no curto prazo - que se mantém robusto, excedendo a capacidade de oferta.
A única mensagem positiva da ata do Copom é que, nas últimas semanas, surgiram evidências preliminares de uma possível acomodação nos preços das "commodities". O documento, porém, diz apenas que essa melhora "poderia contribuir para evitar que as pressões inflacionárias se intensifiquem ainda mais".
A consultoria LCA também trabalha com uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros básicos em setembro, à qual se seguiriam duas outras altas de 0,5 ponto percentuais nas duas reuniões seguintes deste ano, em outubro e dezembro. Depois de chegar ao máximo de 13,75% em dezembro, o ciclo de aperto monetário seria interrompido. A LCA diz que as perspectivas inflacionárias devem melhorar até o fim do ano, devido a quatro fatores. Primeiro, afirma, porque é esperada uma descompressão na alta das "commodities". Segundo, porque a taxa de câmbio deverá manter tendência de apreciação, a despeito do aumento do déficit em conta corrente. Terceiro, porque o ritmo de expansão da atividade econômica deverá se tornar mais moderado, colocando fim no processo de deterioração das expectativas inflacionárias.
01/08/2008
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central disse, em ata divulgada ontem, que "a política monetária deverá atuar vigorosamente, enquanto o balanço dos riscos para a dinâmica inflacionária assim o requerer". Analistas econômicos interpretaram essa frase como uma sinal de que o BC irá aumentar mais uma vez os juros básicos em 0,75 ponto percentual na sua reunião de setembro, de 13% ao ano para 13,75% ao ano.
O documento explica as razões que levaram o Copom a intensificar o ritmo de aperto monetário no seu encontro da semana passada, de 0,5 ponto percentual para 0,75 ponto percentual. Desde abril, quando os juros básicos se encontravam em 11,25% ao ano, o BC vem apertando a política monetária para conter pressões inflacionárias decorrentes do aumento de preços de "commodities", como alimentos e energia, e para reduzir o crescimento do consumo e investimentos, que avança acima da capacidade de oferta da economia.
Segundo o gerente de política monetária do Banco Itaú, Joel Bogdanski, a ata deixa claro que o BC intensificou o aperto monetário porque as suas projeções inflacionárias se tornaram mais desfavoráveis. O documento diz que "a projeção (do BC) para a inflação em 2008 elevou-se significativamente em relação ao valor considerado na reunião do Copom de junho e permanece acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)".
A ata não diz qual é o valor exato da inflação projetada para 2008. Mas sabe-se que em fins de junho o BC projetava uma inflação de 6%. A ata do Copom diz que também pioraram as projeções de inflação para 2009, que em junho estava em 4,7%. Bogdanski nota que a piora dos prognósticos ocorreu a despeito de, em seus cálculos, o BC usar uma taxa de câmbio de R$ 1,60 (em junho, foi usado R$ 1,65), o que em tese deveria contribuir para reduzir a inflação projetada.
Em vários trechos, a ata do Copom descreve um cenário menos confortável, com alto nível de utilização da capacidade instalada, demanda aquecida, emprego e renda subindo, vendas no varejo ainda muito fortes e deterioração das expectativas de inflação. "O Copom diz que a inflação está na direção errada, tanto que o BC bate na tecla de que será necessário aumentar a probabilidade de que a inflação volte para a trajetória das metas", afirma Bogdanski. "O BC também define o prazo para a inflação voltar ao centro da meta: em 2009."
O economista avalia que o cenário econômico não deverá ter mudança substancial até setembro, quando ocorre a próxima reunião do Copom, o que torna provável que seja feita uma nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros.
O economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon, também acha que o cenário mais provável é alta de 0,75 ponto percentual em setembro, mas ele acha possível que na reunião seguinte, em fins de outubro, seja retomado o ritmo de altas de 0,5 ponto percentual.
A avaliação de Salomon é que não há grandes dúvidas de que a economia irá se desacelerar em 2009, abrindo espaço para uma inflação mais baixa. O Unibanco projeta uma inflação de 4,8% para 2009, acima da meta, de 4,5%, mas apenas porque trabalha com a premissa de que os preços administrados vão subir 6% no próximo ano, acima dos 4,8% previstos pelo BC. Usando o mesmo cenário traçado pelo BC, porém, os modelos do Unibanco chegam a uma inflação de 4,4% no próximo ano.
O cenário, porém, ainda é cercado de incertezas, sobretudo quanto ao crescimento da economia no curto prazo - que se mantém robusto, excedendo a capacidade de oferta.
A única mensagem positiva da ata do Copom é que, nas últimas semanas, surgiram evidências preliminares de uma possível acomodação nos preços das "commodities". O documento, porém, diz apenas que essa melhora "poderia contribuir para evitar que as pressões inflacionárias se intensifiquem ainda mais".
A consultoria LCA também trabalha com uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros básicos em setembro, à qual se seguiriam duas outras altas de 0,5 ponto percentuais nas duas reuniões seguintes deste ano, em outubro e dezembro. Depois de chegar ao máximo de 13,75% em dezembro, o ciclo de aperto monetário seria interrompido. A LCA diz que as perspectivas inflacionárias devem melhorar até o fim do ano, devido a quatro fatores. Primeiro, afirma, porque é esperada uma descompressão na alta das "commodities". Segundo, porque a taxa de câmbio deverá manter tendência de apreciação, a despeito do aumento do déficit em conta corrente. Terceiro, porque o ritmo de expansão da atividade econômica deverá se tornar mais moderado, colocando fim no processo de deterioração das expectativas inflacionárias.
PIB negativo afasta alta de juro nos EUA
por Luiz Sérgio Guimarães de Valor Econômico
1º/8/2008
Ainda não será desta vez que o Fed poderá dar vazão ao seu lado hawkish. Os dados divulgados ontem sobre o PIB americano e os pedidos de auxílio-desemprego afastam qualquer possibilidade de o Fed elevar a taxa de juros básica em 0,25 ponto na reunião marcada para a próxima terça-feira. O juro primário permanecerá no patamar de 2% em que está congelado desde o encontro do Fomc de abril. Os sinais colhidos recentemente pelos mercados foram de que o Fed não precisará tomar a decisão de manter o juro em 2% contrariado, com remorso ou receio de ter optado pelo caminho errado. O quadro já não é mais de estagflação. Trata-se de um cenário recessivo mais clássico. A inflação tende a não resistir ao desaquecimento econômico. Nem a inflação, nem os que especulam com contratos futuros de petróleo. O barril cedeu ontem 2,12% na Nymex, para US$ 124,08. As novas informações sobre a higidez da economia americana preocuparam os mercados mundo afora. E, no Brasil, exerceram mais influência sobre os vários pregões do que a ata do último Copom, previsivelmente pesada e fastidiosa. Nos EUA, ao contrário, houve novidade e das piores possíveis. Além de informar um crescimento do produto americano no segundo trimestre do ano aquém do previsto pelos analistas - projetavam alta de 2,3%, pois inflada pelos cheques de devolução de impostos, mas foi de 1,9% -, o Departamento do Comércio revisou para pior os resultados dos dois trimestres anteriores. Para o primeiro de 2008, a expansão não foi de 1% como divulgado antes, mas de 0,9%. Notícia mais negativa ainda estava por vir: para o último trimestre de 2007, a estimativa de alta de 0,6% foi revisada para contração de 0,2%. O relatório estufou o ego dos economistas que vinham alertando o mercado para a possibilidade de a economia já estar em recessão. A retração do PIB no quarto trimestre do ano passado apenas coroa as previsões sombrias. Para os economistas modernos, não se precisa mais formalmente de dois ou três trimestres de PIB negativo para caracterizar um estado recessivo. Bastam, para tanto, dados acentuadamente ruins durante alguns meses sobre produção, vendas comerciais, emprego, e isso os apocalípticos já tinham de sobra. Mas um PIB tecnicamente negativo empina ainda mais os narizes. O informe ruim sobre o PIB veio acompanhado por dados nada animadores relativos ao mercado de trabalho. Foram entregues mais 44 mil requerimentos de pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, ampliando o total para 448 mil, o patamar mais elevado desde abril de 2003.
1º/8/2008
Ainda não será desta vez que o Fed poderá dar vazão ao seu lado hawkish. Os dados divulgados ontem sobre o PIB americano e os pedidos de auxílio-desemprego afastam qualquer possibilidade de o Fed elevar a taxa de juros básica em 0,25 ponto na reunião marcada para a próxima terça-feira. O juro primário permanecerá no patamar de 2% em que está congelado desde o encontro do Fomc de abril. Os sinais colhidos recentemente pelos mercados foram de que o Fed não precisará tomar a decisão de manter o juro em 2% contrariado, com remorso ou receio de ter optado pelo caminho errado. O quadro já não é mais de estagflação. Trata-se de um cenário recessivo mais clássico. A inflação tende a não resistir ao desaquecimento econômico. Nem a inflação, nem os que especulam com contratos futuros de petróleo. O barril cedeu ontem 2,12% na Nymex, para US$ 124,08. As novas informações sobre a higidez da economia americana preocuparam os mercados mundo afora. E, no Brasil, exerceram mais influência sobre os vários pregões do que a ata do último Copom, previsivelmente pesada e fastidiosa. Nos EUA, ao contrário, houve novidade e das piores possíveis. Além de informar um crescimento do produto americano no segundo trimestre do ano aquém do previsto pelos analistas - projetavam alta de 2,3%, pois inflada pelos cheques de devolução de impostos, mas foi de 1,9% -, o Departamento do Comércio revisou para pior os resultados dos dois trimestres anteriores. Para o primeiro de 2008, a expansão não foi de 1% como divulgado antes, mas de 0,9%. Notícia mais negativa ainda estava por vir: para o último trimestre de 2007, a estimativa de alta de 0,6% foi revisada para contração de 0,2%. O relatório estufou o ego dos economistas que vinham alertando o mercado para a possibilidade de a economia já estar em recessão. A retração do PIB no quarto trimestre do ano passado apenas coroa as previsões sombrias. Para os economistas modernos, não se precisa mais formalmente de dois ou três trimestres de PIB negativo para caracterizar um estado recessivo. Bastam, para tanto, dados acentuadamente ruins durante alguns meses sobre produção, vendas comerciais, emprego, e isso os apocalípticos já tinham de sobra. Mas um PIB tecnicamente negativo empina ainda mais os narizes. O informe ruim sobre o PIB veio acompanhado por dados nada animadores relativos ao mercado de trabalho. Foram entregues mais 44 mil requerimentos de pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, ampliando o total para 448 mil, o patamar mais elevado desde abril de 2003.
Prepare-se para agosto
por Angelo Pavini e Luciana Monteiro, de VALOR ECONOMICO
01/08/2008
Agosto costuma ter uma fama negativa, de mês agourento. Mas, depois de dois meses seguidos de queda da bolsa, com o Ibovespa recuando 18,03%, 8,48% só em julho, o investidor está mais do que escaldado para enfrentar o "mês do cachorro louco". Será preciso ficar de olho no comportamento da inflação, no Brasil e no exterior, na safra de balanços do segundo trimestre, nos preços das commodities, especialmente do petróleo, e na situação do sistema financeiro americano. Da combinação dessas variáveis deverá sair boa parte dos ganhos e das perdas de agosto.
Em julho, o Ibovespa não resistiu à realização de preços das commodities e às perdas dos balanços do setor financeiro lá fora. No ano, o índice perde 6,86%. E, para este mês, as perspectivas não são lá muito animadoras. No curto prazo, a bolsa brasileira pode ter uma certa recuperação, mas a mensagem é que ainda se espera um período de volatilidade nos mercados, diz Eduardo Roche, gerente de Análise da Modal Asset Management. "Não dá para dizer que, depois dessa forte realização recente e dessa alta do fim do mês, o mercado vai retomar a tendência de alta", diz.
Algum refresco para o mercado pode vir com as divulgações dos balanços do segundo trimestre neste início de mês. O Bradesco, no dia 4, e o Itaú, no dia 5, dão a largada nos números do setor de bancos, que devem vir bem melhores do que os vistos no exterior, especialmente nos EUA. O resultado da Vale, esperado na quarta, também promete boas novas, uma vez que trará o reajuste do minério de ferro de 71%, recuperando as quedas com o níquel no primeiro trimestre. Já Petrobras sai no dia 11 e pode ajudar a recuperar o papel.
Petrobras e Vale são fundamentais para a definição da tendência do Ibovespa. No caso da mineradora, a expectativa é com o preço das commodities e com uma eventual aquisição, cujo impacto no curto prazo vai depender do preço pago, das condições de financiamento e da importância estratégica que a compra terá para a Vale. Na Petrobras, além do preço do petróleo, há o impacto das discussões sobre a forma como o governo vai regular a exploração do pré-sal, se com aumento nos royalties ou com a criação de uma nova estatal.
Os balanços no exterior também podem ajudar a reduzir o receio em torno de uma recessão mundial, como ocorreu na semana passada, com os resultados das siderúrgicas internacionais mostrando números fortes de demanda. "Mas o investidor têm de ter cautela, pé no chão, pois o mercado ainda está muito sensível, as variáveis externas como inflação e crescimento continuam sem solução clara", explica Roche, da Modal. O fato de Petrobras e Vale serem muito líquidas, com 30% do Ibovespa, é um fator importante, pois se houver um retorno do investidor estrangeiro para a Bovespa, elas devem ser as primeiras beneficiadas.
No mês passado, as carteiras de Petrobras e Vale sofreram bastante, perdendo 26,07% e 24,13%, respectivamente, até o dia 28. No ano, os fundos compostos por ações da estatal perdem 19,86% e os da mineradora, 27,21%. Os números ainda não levam em conta a alta de 4,42% da ação da Petrobras e de 7,62% da Vale entre os dias 29 e 31.
A combinação de alta da inflação e elevação da taxa de juros deixa o ambiente inóspito para os investimentos em bolsa. "As perspectivas para os mercados emergentes são mais positivas no longo prazo, já que essas economias estão com seus sistemas financeiros mais saudáveis, pois não têm problemas de crédito", diz Francisco Meirelles de Andrade, sócio da Nest Investimentos. Para ele, nos próximos seis meses ou um ano, as bolsas mundiais devem continuar sofrendo. "A crise nos EUA não atingiu seu pico e, enquanto isso não acontece, o momento não é de compras", diz. "É prematuro achar que agora é um momento que traz oportunidade de compras."
Após a forte realização da bolsa no mês passado, os investidores devem ficar atentos às oportunidades, mas não esperar uma recuperação vigorosa, diz Nicholas Barbarisi, sócio da Hera Investment. "Há oportunidade, mas é preciso fracionar as compras, com foco maior nas 'blue chips' de commodities e bancos", afirma. "O mercado ainda pode apresentar novas perdas, mas, em caso de melhora do cenário, os papéis mais líquidos tendem a se recuperar mais rápido." Já as ações de menor liquidez, as "small caps", tendem a continuar esquecidas e as perspectivas de médio prazo não são animadoras, diz.
Agosto promete ser mais calmo, pelo menos em comparação a junho e julho, quando houve uma saída de R$ 15 bilhões em investimentos estrangeiros da bolsa, afirma Joaquim Kokudai, gestor de fundos multimercados e de renda fixa da Rio Bravo Investimentos. "Apesar de ser o mês do cachorro louco, a tendência é dar uma acomodada, tem muita ação barata e os bancos americanos já mostraram suas perdas no mês passado."
01/08/2008
Agosto costuma ter uma fama negativa, de mês agourento. Mas, depois de dois meses seguidos de queda da bolsa, com o Ibovespa recuando 18,03%, 8,48% só em julho, o investidor está mais do que escaldado para enfrentar o "mês do cachorro louco". Será preciso ficar de olho no comportamento da inflação, no Brasil e no exterior, na safra de balanços do segundo trimestre, nos preços das commodities, especialmente do petróleo, e na situação do sistema financeiro americano. Da combinação dessas variáveis deverá sair boa parte dos ganhos e das perdas de agosto.
Em julho, o Ibovespa não resistiu à realização de preços das commodities e às perdas dos balanços do setor financeiro lá fora. No ano, o índice perde 6,86%. E, para este mês, as perspectivas não são lá muito animadoras. No curto prazo, a bolsa brasileira pode ter uma certa recuperação, mas a mensagem é que ainda se espera um período de volatilidade nos mercados, diz Eduardo Roche, gerente de Análise da Modal Asset Management. "Não dá para dizer que, depois dessa forte realização recente e dessa alta do fim do mês, o mercado vai retomar a tendência de alta", diz.
Algum refresco para o mercado pode vir com as divulgações dos balanços do segundo trimestre neste início de mês. O Bradesco, no dia 4, e o Itaú, no dia 5, dão a largada nos números do setor de bancos, que devem vir bem melhores do que os vistos no exterior, especialmente nos EUA. O resultado da Vale, esperado na quarta, também promete boas novas, uma vez que trará o reajuste do minério de ferro de 71%, recuperando as quedas com o níquel no primeiro trimestre. Já Petrobras sai no dia 11 e pode ajudar a recuperar o papel.
Petrobras e Vale são fundamentais para a definição da tendência do Ibovespa. No caso da mineradora, a expectativa é com o preço das commodities e com uma eventual aquisição, cujo impacto no curto prazo vai depender do preço pago, das condições de financiamento e da importância estratégica que a compra terá para a Vale. Na Petrobras, além do preço do petróleo, há o impacto das discussões sobre a forma como o governo vai regular a exploração do pré-sal, se com aumento nos royalties ou com a criação de uma nova estatal.
Os balanços no exterior também podem ajudar a reduzir o receio em torno de uma recessão mundial, como ocorreu na semana passada, com os resultados das siderúrgicas internacionais mostrando números fortes de demanda. "Mas o investidor têm de ter cautela, pé no chão, pois o mercado ainda está muito sensível, as variáveis externas como inflação e crescimento continuam sem solução clara", explica Roche, da Modal. O fato de Petrobras e Vale serem muito líquidas, com 30% do Ibovespa, é um fator importante, pois se houver um retorno do investidor estrangeiro para a Bovespa, elas devem ser as primeiras beneficiadas.
No mês passado, as carteiras de Petrobras e Vale sofreram bastante, perdendo 26,07% e 24,13%, respectivamente, até o dia 28. No ano, os fundos compostos por ações da estatal perdem 19,86% e os da mineradora, 27,21%. Os números ainda não levam em conta a alta de 4,42% da ação da Petrobras e de 7,62% da Vale entre os dias 29 e 31.
A combinação de alta da inflação e elevação da taxa de juros deixa o ambiente inóspito para os investimentos em bolsa. "As perspectivas para os mercados emergentes são mais positivas no longo prazo, já que essas economias estão com seus sistemas financeiros mais saudáveis, pois não têm problemas de crédito", diz Francisco Meirelles de Andrade, sócio da Nest Investimentos. Para ele, nos próximos seis meses ou um ano, as bolsas mundiais devem continuar sofrendo. "A crise nos EUA não atingiu seu pico e, enquanto isso não acontece, o momento não é de compras", diz. "É prematuro achar que agora é um momento que traz oportunidade de compras."
Após a forte realização da bolsa no mês passado, os investidores devem ficar atentos às oportunidades, mas não esperar uma recuperação vigorosa, diz Nicholas Barbarisi, sócio da Hera Investment. "Há oportunidade, mas é preciso fracionar as compras, com foco maior nas 'blue chips' de commodities e bancos", afirma. "O mercado ainda pode apresentar novas perdas, mas, em caso de melhora do cenário, os papéis mais líquidos tendem a se recuperar mais rápido." Já as ações de menor liquidez, as "small caps", tendem a continuar esquecidas e as perspectivas de médio prazo não são animadoras, diz.
Agosto promete ser mais calmo, pelo menos em comparação a junho e julho, quando houve uma saída de R$ 15 bilhões em investimentos estrangeiros da bolsa, afirma Joaquim Kokudai, gestor de fundos multimercados e de renda fixa da Rio Bravo Investimentos. "Apesar de ser o mês do cachorro louco, a tendência é dar uma acomodada, tem muita ação barata e os bancos americanos já mostraram suas perdas no mês passado."
INDQ08..após 31/07..tendência de queda retomada...

O INDQ08 (Índice Futuro do Ibovespa) série Q (vencimento em agosto/08) abriu nos 59.500 (mínima), e na primeira meia-hora de pregão retomou a máxima em 60.500 pontos. Daí, sintonizado com os mercados futuros americanos, refluiu até encontrar suporte nos 59.600 pontos. Ficou oscilando entre esse suporte e os 60.300 pontos. Porém a "derrocada" dos mercados americanos na última meia hora de pregão, fez com que o INDQ08 viesse buscar novamente suporte na mínima do dia em 59.500 pontos. Fechou em seguida, às 17 horas em 59.800 pontos (- 1,14%).
Análise: Os indicadores do gráfico de "30 minutos" sinalizam a continuidade da queda, pela pressão vendedora do final do pregão. O triângulo de baixa agora formado, projeta objetivos de suportes em 58.500 e 56.500 pontos. A retomada dos 60.500 pontos poderá levar o índice a 61.500 e ao topo anterior em 62.500 pontos. A força dos índices futuros de DJI e S&P, antes do pregão, poderão confirmar a principal tendência.
IBOV...após 31/07... queda maior no final do pregão amplia essa tendência...

O Ibovespa abriu nos 59.997 pontos e foi até a máxima em 60.022 pontos. A partir daí, em sintonia com DJI, refluiu até encontrar suporte nos 59.400 pontos. Na última hora de pregão, quando ameaçava recuperar, retomou a trajetória de queda até atingir nova minima em 59.225 pontos. Recuperou um pouco, no fechamento do pregão em 59.505 pontos(-0,82%).
Análise:Acompanhando DJI, o Ibovespa não conseguiu romper a resistência do topo do canal de baixa, atingido no fechamento do pregão anterior. A perda do suporte em 59.400 pontos, poderá levar o IBOV a tentar suportes em 58.430 e 58.070 pontos. Acima de 60 mil pontos, poderá buscar 60.240 e 61 mil pontos. Os principais indicadores do gráfico de "30 minutos" passaram a sinalizar tendência de queda, enquanto os indicadores do gráfico diário (exceto o IFR) sinalizam ainda a tendência de alta. Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados americanos, antes da abertura, poderão definir a principal tendência.
DJI...após 31/07...tendência de queda se acentua no final do pregão...

DJI abriu em 11.578 pontos (máxima do dia) e iniciou um processo de queda, prenunciado pelos mercados futuros, vindo buscar suporte em 11.430 pontos. Daí, recuperou até o patamar dos 11.500 pontos, mas na última hora de pregão, refluiu novamente e com força (por Alan Greenspan reforçando a tese de que a recessão americana será mais longa que o esperado) até buscar suporte na mínima em 11.363 pontos.Finalizou logo após em 11.378 pontos (-1,78%).
Análise: Como prenunciado pela "divergência de baixa" no oscilador de momentos, DJI iniciou processo de realização, após 2 pregões consecutivos de fortes altas. Perdendo o suporte dos 11.360 pontos, poderá retornar ao suporte nos 11.125 pontos e na perda deste, ao fundo do canal, nos 11 mil pontos. Os principais indicadores do gráfico diário, sinalizam tendência de queda, exceto o estocástico.A forte queda no final do pregão fez com que todos indicadores do gráfico de "30 minutos" viessem a sinalizar tendência de queda. Os mercados futuros antes da abertura, poderão confirmar (ou não), a continuidade da tendência de queda.
Suportes: 11.363, 11.314, 11.160, 11.125 e 11.030 pontos.
Resistências: 11.490, 11.560, 11.586 e 11.700 pontos
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